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'Kit covid' pode estar ligado a hemorragias, insuficiência, hepatite e mortes

Pacientes precisaram de transplante de fígado após usarem medicamento recomendado por Bolsonaro

  • D
  • Da Redação

Publicado em 23 de março de 2021 às 09:21

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: AFP

Médicos denunciam que os medicamentos presentes no "kit covid" estão ligados a efeitos colaterais em pacientes sem doênças crônicas, mas que usaram os remédios indicados pelo presidente Jair Bolsonaro. 

Ao menos cinco pacientes entraram na fila de transplante de fígado após usarem os remédios. Outros três morreram por conta de hepatite.

Médico nefrologista do Hospital das Clínicas da USP, Valmir Crestani Filho relatou ter atendido pacientes com hemorragia e insuficiência renal ligadas direta ou indiretamente ao uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra o coronavírus. Em um dos casos, o doente recebeu azitromicina e teve cólicas, diarreia e fortes dores abdominais, efeitos conhecidos do antibiótico.

Para se tratar dos sintomas, o homem tomou omeprazol, que acabou desenvolvendo um quadro raro de insuficiência renal associada ao medicamento. “O omeprazol é uma medicação boa, tem várias indicações, mas existe uma complicação rara que pode acontecer chamada nefrite intersticial aguda, que é como se fosse uma alergia nos rins”, contou o médico em entrevista ao Estadão.

O paciente precisou ser internado para fazer algumas sessões de diálise e se recuperou. Mesmo assim a dificuldade foi grande, principalmente pela falta de leitos de UTI por conta da alta demanda de pacientes com covid-19.

O outro caso é de um paciente que recebeu prescrição de anticoagulantes como tratamento precoce para a covid e acabou tendo uma hemorragia gástrica. O homem também precisou ser hospitalizado, mas se recuperou. Ele tinha um quadro de úlcera não diagnosticado e a medicação acabou agravando o problema.

“A partir do momento que essas medicações passam a ser usadas por milhões de pessoas, esses efeitos, mesmo que raros, começam a aparecer com mais frequência. Quando a gente prescreve um medicamento é porque os benefícios são maiores que os riscos. Se esses remédios não têm nenhum benefício contra a covid-19, todo efeito colateral foi em vão”, afirma.