Ladeira da Barra, Vitória, Horto e Ondina são os bairros mais cobiçados

Pesquisa aponta os bairros que tiveram a maior variação no valor do m² quadrado para venda em Salvador

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  • Victor Lahiri

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

Se você pretende comprar um imóvel e colocou na sua lista de locais preferidos de Salvador a Ladeira da Barra  e os bairros da Vitória, Horto Florestal  e Ondina, se prepare para botar a mão no bolso com vontade. É que no levantamento de variação do preço do metro quadrado (m²) realizado pelo setor de Inteligência de Mercado ZAP, eles figuram no ranking dos campeões dos preços mais caros praticado no mercado imobiliário soteropolitano. 

Pelo menos nos 11 primeiros meses do ano, eles ocuparam o topo da lista. Os dados de dezembro ainda não foram divulgados. Já quando a busca é por imóveis para locação, os maiores preços por m² são encontrados nos bairros da Vitória, Ondina, Barra e em Alphaville I. Corredor da Vitória está no ranking dos bairros com o m² mais caro tanto para venda quanto para aluguel (Foto: Andrea Farias/Arquivo CORREIO) Na avaliação do presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Claudio Cunha, a lei da oferta e da procura é soberana e é o que dita os preços. “A qualquer tempo, bairros onde temos mais ofertas trazem mais oportunidades ao consumidor, com preços menores e locais com menos oferta são mais disputados, o que faz com que haja maior valorização”, explicou.

Segundo o FipeZap, indicador que acompanha a evolução dos preços do mercado imobiliário, o metro quadrado para venda de imóveis em Salvador sofreu recuo sete vezes entre janeiro e novembro, tendo alcançado o ápice, no mês de julho, quando a variação mensal recuou 0,45%. 

Já o acumulado dos 11 meses foi de 0,66% a menos. Enquanto isso, o cenário de locação contou com um crescimento que predominou entre oitos meses de 2017, registrando uma crescente consecutiva entre julho e novembro, para uma soma total de 2,8%  em 11 meses. 

Fôlego Após um ano de recuperação, o mercado imobiliário soteropolitano se prepara para continuar em crescimento em 2018. Impulsionado pelo recuo na variação do m² e a queda na taxa de juros, especialistas projetam crescimento no volume de vendas e na valorização dos imóveis.

Dados da Ademi apontam que os membros do mercado imobiliário têm todas as razões para manter as expectativas positivas, pois o fortalecimento da economia e a redução da inflação levam a instituição a estimar que até dezembro o ambiente de negócios deve registrar um crescimento de cerca de 10%, além da valorização de 5% no valor dos imóveis. 

“No quarto trimestre, as medidas econômicas adotadas surtiram efeito, as taxas de juros caíram ao menor valor histórico, possibilitando uma recuperação do crédito. O nível de emprego voltou a ficar positivo, trazendo estabilidade e confiança ao consumidor que voltou a comprar. Tivemos um período de crescimento nas vendas, redução de estoque e recuperação de preços”, explica o presidente da Ademi, Cláudio Cunha.

Ele aposta ainda que a economia com os seus fundamentos em taxas históricas e controladas propiciará a continuidade do crescimento. “É o que dá confiança e disposição para novos investimentos”, avalia.

Financiamento O receio geral com os planos de financiamento aumentou em 2017 depois que a Caixa Econômica Federal reduziu o limite de financiamento da compra de imóveis usados. O fator, segundo o CEO do grupo Zap Viva Real, Lucas Vargas, um dos principais portais de anúncios imobiliários do país, inibiu uma recuperação mais ampla do setor. 

“A limitação do crédito foi um retrocesso, não há dúvidas de que a medida gerou um impacto em quem estava interessado em adquirir um imóvel”, afirma Lucas. Porém, ele destaca que as grandes capitais do país, entre elas Salvador, tiveram um cenário levemente positivo e atribui que esse resultado foi impulsionado pelo mercado de imóveis secundários.

Para este ano, Lucas aponta que, em âmbito nacional, o setor assumirá um papel de protagonismo em meio ao cenário econômico brasileiro. “A expectativa é de crescimento, seguindo a atuação do país. O próximo biênio será muito interessante para as empresas brasileiras e o mercado imobiliário se encaixa nisso. O país sinaliza para um avanço e o mercado imobiliário será protagonista nesse cenário de crescimento”.

Recuperação As construtoras e incorporadoras também encontraram razões para celebrar. Mesmo com poucos lançamentos em 2017, a MRV conseguiu alcançar um patamar de negócios similar ao do ano anterior.

“Em 2016, tivemos um número muito maior de lançamentos e conseguimos manter um nível moderado de vendas em relação aos anos anteriores, mas em 2017, com um número bem menor de empreendimento, conseguimos ultrapassar a marca anterior”, explicou, o gestor regional de vendas da MRV, Luís Felipe Monteiro, que aponta um aporte de mais de R$ 600 milhões só na Bahia, em 2018.

Cheio de expectativa para 2018, Monteiro informa que já tem quatro lançamentos programados para este ano. “O plano é lançar um grande empreendimento por mês, começando pelo Solar do Jardim, em Lauro de Freitas, já este mês”.

A incorporadora  JFV também constatou que houve uma maior procura pelas unidades do seu principal lançamento em 2017, o Adorato, no bairro do Cabula.

“Foi um ano desafiador. Notamos o início de recuperação, mas ainda foi muito aquém do que o nosso setor precisava. Acreditamos que 2018 será o início de um novo ciclo. O mercado continuará reagindo, as taxas continuarão caindo e o crédito voltará a ser ofertado”, avalia a sócia diretora da empresa, Juliana de Brito.

Uma das estratégias da JVF para garantir mais espaço no mercado é com a conclusão de dois empreendimentos em obras, o Allegri Cabula e o Vivace Cabula VI, e do lançamento de um novo no segundo semestre.

Os cinco bairros com o m² mais caro para venda:

Ladeira da Barra: R$ 11.910  Vitoria: R$ 8.604  Horto Florestal: R$ 7.992  Ondina: R$ 7.063 Barra: R$ 7.045 

Os cinco bairros com o m² mais caro para aluguel

Vitória:  R$38  Ondina: R$36  Barra: R$34  Alphaville I: R$30  Caminho das Árvores: R$30 :