Lana Del Rey oferece mais do mesmo em novo álbum (e isso é bom)

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 06:20

- Atualizado há um ano

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Existiu um dia Elizabeth Woolridge Grant, uma bonita garota nova-iorquina nascida em família rica e que estudou filosofia antes de abraçar a carreira artística.  A cantora americana Lana Del Rey, 34 anos, lança o bom álbum Norman Fucking Rockwell! (Foto/Divulgação) Ao criar a personagem Lana Del Rey, inspirada em pin-ups dos anos 1950 e 1960, e jogar no YouTube vídeos bem produzidos e nos quais parecia uma figura saída de uma produção do cineasta David Lynch (Veludo Azul, Twin Peaks), Elizabeth Grant começou a enterrar a sua verdadeira identidade.

Vivemos em um mundo de fluxo e instabilidade ameaçadores, onde qualquer consideração sobre o que pode acontecer a seguir é imprecisa demais. 

Se você estava procurando entender o apelo de Lana Del Rey, oito anos e cinco álbuns desde seu avanço comercial, você pode se deparar com o fato de que ela oferece um certo descanso da incerteza. 

Você coloca os álbuns de Lana, 34 anos, como o novo e bom  Norman Fucking Rockwell! (Universal Music) e sabe mais ou menos exatamente o que acontecerá a seguir. 

Haverá baladas decoradas com orquestração cinematográfica. As guitarras tocam e a eletrônica flutua de uma maneira que evoca a trilha sonora de Angelo Badalamenti para Twin Peaks, e sua voz é envolta em reverb de uma maneira que evoca Hope Sandoval, da banda Mazzy Star. 

Os vocais terão uma atmosfera e qualidade de olhares lânguidos, em desacordo com a dor ansiosa da letra, na qual as meninas brincam depois de pensar em garotos que invariavelmente chamam de "baby".  No universo das canções de Lana Del Rey, toda mulher é uma vítima fraca e disposta, e todo homem, um atirador sem sossego, e intimações sombrias de exploração e violência sexual coexistem com uma espécie de versão em pôster da Hollywood dos anos 1960.

Sylvia Plath - Os pessimistas questionam que essencialmente fazer o mesmo álbum repetidamente representa uma falha de imaginação, mas Lana não estava brincando quando admitiu que "já havia dito tudo o que queria dizer" após o lançamento de seu álbum de estreia em 2012. 

Em Norman Fucking Rockwell!, a fórmula continua intacta. Tudo acontece em um ritmo glacial, as cordas incham cinematograficamente, as guitarras soam como se estivessem numa canção da cultuada série Twin Peaks, com Lana em boa sintonia com o produtor Jack Antonoff (Fun, Lorde, Taylor Swift).

Sempre trabalhando com citações e referências, a cantora vai do pintor americano Norman Rockwell (1894-1978) ao rapper Kanye West e à romancista e poeta britânica Sylvia Plath (1932-1963), enquanto faz algumas reflexões sobre os Estados Unidos de hoje.

"Tenho chorado por aí, de camisola, lendo Sylvia Plath, 24 horas por dia", canta em Hope Is a Dangerous Thing for a Woman Like Me To Have - But TI Have It, uma das melhores dentre as 14 faixas do álbum que inclui uma cover de Doin’ Time, da banda californiana Sublime.

Veja os videoclipes de Fuck It I Love You & The Greatest e Doin' Time

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LENDAS TRÁGICAS do rock nunca morrem Autora de As Coisas Que Perdemos no Fogo, que foi traduzido para 22 idiomas e recebeu o prêmio Ciutat de Barcelona, a argentina Mariana Enriquez (foto), 46 anos, cria uma história de horror contemporâneo pop em seu novo livro, Este é o Mar (Intrínseca, 176 páginas, R$ 29,90/impresso, R$ 19,90/e-book, tradução de Elisa Menezes).  A história segue os passos de James Evans, vocalista da banda Fallen, um rock star atormentado por entidades femininas que querem levá-lo à morte e, assim, eternizá-lo. Essas criaturas foram responsáveis pelas mortes de Jim Morrison, Kurt Cobain, Jimi Hendrix e Brian Jones, entre outras lendas do rock.

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2 DICAS NA NETFLIX

1. Elite 2ª Temporada - Voltada para um público mais jovem, a série espanhola estreia a sua segunda temporada nesta sexta-feira (6), com uma trama que envolve romances e tretas no colégio de classe alta Las Encinas, mistério e um crime - e, desta vez, apresentando novos personagens. 

2. Travis Scott - Voando Alto Mesmo sem inovar a fórmula atual de documentários sobre astros pop, os fãs do rapper Travis Scott vão gostar de ver os bastidores dos seus shows e da gravação do premiado álbum Astroworld (2018), além da rotina do casamento com a modelo Kylie Jenner.