Laudo confirma que jovem foi estuprada e morta dentro de chácara

Suspeito, que ofereceu ajuda para trocar pneu, se torna réu por três crimes

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 14:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara apontou que Mariana Forti Bazza, 19 anos, foi estuprada antes de ser morta, em 24 de setembro, no interior de São Paulo. O documento faz parte da denúncia do Ministério Público (MP) contra Rodrigo Alves Pereira, o Rodriguinho, 33. Ele vai responder por latrocínio, ocultação da cadáver e, agora, estupro. A denúncia do MP foi aceita na quinta-feira (10) pela Justiça e agora Rodrigo é réu. A informação é do Uol. 

No dia do crime, Mariana aceitou ajuda de Rodrigo para trocar um pneu furado do carro.dela, depois de sair da academia. Ela seguiu com o suspeito para uma chácara próxima, onde ele estava prestando serviço. Mariana não apareceu mais. O corpo foi achado no dia seguinte em um canavial de uma cidade vizinha.

O suspeito confessou o crime, mas depois afirmou que foi pressionado pela polícia e disse em audiência de custódia que não matou Mariana. Ele afirmou que a jovem foi morta por um segundo homem que estaria no carro, versão considerada fantasiosa pela polícia.

Segundo a denúncia do MP, Rodrigo mesmo foi quem esvaziou o pneu do carro de Mariana, para depois oferecer ajuda e levá-la até a chácara. Lá, ele ameaçou a vítima com uma faca e usou pedaços da blusa dela para vendá-la e amordaçá-la, continua o MP. O laudo também diz que Mariana foi morta ainda na chácara, asfixiada com um pedaço da mesma blusa.

O delegado Durval Izar Neto, que comandou as investigações, entregou o inquérito ao MP somente com o laudo que apontava asfixia mecânica como causada morte, já que o exame que indicaria se houve estupro não fora finalizado até então. A polícia concluiu que Rodrigo tinha roubado a bolsa, celular, som do carro e o veículo da vítima. Agora, o resultado do laudo que aponta estupro já foi anexado. 

O advogado Evandro Demétrio, que representa Rodrigo, não foi localizado para comentar as acusações contra seu cliente.

Família soube pela TV A família da vítima protestou afirmando que mais uma vez soube de um passo da investigação através da imprensa. A mãe da jovem, Marlene Bazza, afirmou nas redes sociais que soube do estupro por uma matéria de TV. Familiares contaram que ela passou mal ao ver a notícias. 

"Está complicado, nós não fomos comunicados, a família da Mariana que está passando por esse pesadelo sem fim nunca sabe de nada por meios oficiais, sempre tomamos conhecimento dos fatos pela imprensa", afirmou ao Uol.

Crime Mariana saiu da academia com uma amiga por volta das 8h do dia 24 de setembro. Ela viu que o pneu do carro estava furado. e logo em seguida um homem se aproximou oferecendo ajuda. A amiga dela, Heloísa, diz que Mariana a princípio recusou a ajuda. Mas depois que a amiga seguiu para o trabalho, Mariana acabou indo com o suspeito para uma chácara em frente, aceitando a oferta dele de trocar o pneu.

As câmeras flagraram a aproximação de Rodrigo e a ida dos dois até a chácara. Antes, ele ainda foi filmado próximo ao carro de Mariana, o que gerou a suspeita de que ele possa ter sabotado o carro para forjar uma aproximação com a vítima. As mesmas imagens mostram, cerca de uma hora depois, o carro de Mariana saindo - não é possível ver quem estava ao volante.

Na mesma noite, o carro foi encontrado abandonado e Rodrigo foi preso em uma cidade vizinha. Ele foi quem levou a polícia até o canavial em que o corpo da jovem estava, depois de confessar o crime. Depois, diante de um juiz, disse que não matou Mariana e que o responsável seria uma terceira pessoa. A Justiça aceitou o pedido para decretar prisão preventiva do suspeito, que desde então segue detido.