Lewis Hamilton consola estudante que chorou ao revelar bullying

Piloto recebeu o título de cidadão honorário brasileiro

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  • Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2022 às 21:27

. Crédito: Reprodução

O heptacampeão da Fórmula 1 Lewis Hamilton visitou nesta quinta-feira (10), a Escola Estadual Lasar Segall, na zona sul de São Paulo, a convite do Instituto Ayrton Senna. No local, o automobilista bateu papo com estudantes que foram escolhidos para fazerem perguntas ao piloto. Um deles foi Daniel de Jesus, de 11 anos, que não conseguiu segurar o choro ao relembrar do bullying que sofre na escola por conta de notas baixas.

“Eu queria falar sobre motivação. Na minha antiga escola, quando eu tirava nota [baixa] falavam ‘você nunca vai ser ninguém na vida, você não presta”, relatou o menino em lágrimas. O britânico então levantou e abraçou o garoto, que continuou: "Qual é a sua motivação na hora da corrida?".

O piloto então elogiou o menino por ter coragem de falar na frente das pessoas. "Eu te entendo, porque também tive momentos na escola em que eu não tirava boas notas e eu pensava que não teria sucesso. O importante é que você precisa acreditar em você mesmo. Você precisa precisa saber, bem aqui, que você vai fazer algo tão especial, mas tão especial. Seja como piloto, engenheiro ou qualquer coisa que você quiser. Se manter motivado é acordar todo dia e dizer ‘eu vou fazer o meu melhor’. É a única coisa que você pode fazer, de o seu melhor quando estiver estudando", disse o piloto de Fórmula 1.

Visita Hamilton chegou sob gritos dos estudantes e destacou que lutou muito na escola quando era mais novo. "Em parte porque sou disléxico - algo de que só me apercebi aos 17 anos de idade."

"Apesar de ter trabalhado muito, tive dificuldade em acompanhar o resto dos meus colegas de turma e não sentia que recebia o apoio que eu precisava dos professores", disse Hamilton. É uma das razões pelas quais sou um grande apoiador em garantir que as crianças de todo o mundo, do Reino Unido ao Brasil, não só tenham acesso à educação, mas também sejam apoiadas enquanto estão na escola."

Simpático, ele sorriu, acenou a todos e acompanhou atentamente as apresentações sobre o Instituto Ayrton Senna, que tem projetos voltados para a educação. Depois, sentou-se ao lado dos três alunos para escutar e responder às perguntas deles.

Os estudantes perguntaram sobre como é trabalhar viajando e conhecendo pessoas de todo o mundo, quais são as maiores motivações de Hamilton e o que ele tem feito pela igualdade de gênero no meio automobilístico. Ele compartilhou sua experiência de vida, relembrou seu período de escola e disse que hoje, grande parte da sua equipe é formada por mulheres.

Além de Daniel de Jesus, Manuela Ferreira, de 14 anos, também fez pergunta ao piloto e fez questão de testar o seu inglês para conversar com o ídolo. "Eu estou animada para falar com ele. Nunca imaginei que o Lewis Hamilton estaria presente aqui na escola algum dia. A minha família sempre gostou muito de Fórmula 1, mas eu não acompanhava muito porque, desde a morte do Ayrton Senna, isso se perdeu um pouco na família. Foi quando o Hamilton começou a ser mais atuante e ganhar vários prêmios que a gente voltou a assistir", disse Manuela.

Motivação Para a professora de Arte da escola, Cláudia Barbosa, o evento foi importante para trabalhar questões socioemocionais com os alunos. "O objetivo é que eles percebam que tudo é possível. Eles viram hoje que mesmo Hamilton teve dificuldades, então, embora eles tenham alguns desafios na vida acadêmica, também podem atingir seus projetos de vida."

Viviane Senna, irmã de Ayrton Senna e presidente do Instituto que carrega o nome do grande ídolo automobilístico brasileiro, também esteve presente no evento e lembrou a importância da motivação. "A motivação é uma alavanca importante para a aprendizagem. Estudos mostram que a motivação influencia mais no bom desempenho dos alunos do que o nível socioeconômico", disse

Homenagem Ao final do evento, Hamilton ganhou alguns presentes: uma escultura do rosto de Ayrton Senna criada por Lalalli Senna, sobrinha de Ayrton, e um mural com sua imagem segurando uma bandeira do Brasil e o capacete de Ayrton Senna em uma das paredes da escola.

Produzida pelo Eduardo Kobra, a obra de grafite foi um presente do artista para o automobilista e para a escola. Emocionado, Hamilton pediu uma lata de tinta para que pudesse assinar seu nome no mural. Em seu Instagram, ele disse que ficou "sem palavras" ao ver o mural e que estava "honrado em ter esse trabalho artístico em uma escola local". "Espero que isso traga cor e motivação para os alunos daqui", afirmou.