Líder na geração de energia eólica, Bahia ganhará novo parque

Com investimento de R$ 620 milhões, empreendimento da Unipar com AES Tietê gerará 155 MW

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  • Do Estúdio

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Rabih Shasha/divulgação

A chegada da pandemia do novo coronavírus e seus impactos sobre a indústria de combustíveis fósseis mostraram que a energia renovável está mais econômica do que nunca. O relatório “Tendências Globais no Investimento em Energia Renovável 2020”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)  mostra que o custo da instalação de energia renovável está menor, com isso investimentos futuros apresentarão resultados melhores. Em 2019, a capacidade de energias renováveis, excluindo grandes barragens hidrelétricas de mais de 50 MW, aumentou 184 GW, 12% a mais que em 2018. Apesar disso, o valor em dólar do investimento em 2019 foi apenas 1% maior que no ano anterior.

Além do custo-benefício agregado, empresas têm se preocupado de forma crescente com o alinhamento às fontes de energia limpa para atender demandas de um mercado internacional cada vez mais inclinado aos conceitos de atuação sustentável. 

Na busca por seguir ampliando sua condição futura de competitividade em um mercado que preza pela busca contínua por eficiência, a Unipar, fabricante especializada em cloro, soda e derivados para usos industriais, e a AES Tietê, geradora de energia elétrica, oficializaram, em 3 de setembro, a constituição de um empreendimento conjunto para a construção de um construção de um complexo de geração de energia eólica nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, no estado da Bahia, com o investimento de R$ 620 milhões. O complexo gerará 155 MW, suficiente para produzir o montante de cloro necessário para tratar água de mais de 40 milhões de pessoas.

De acordo com o CEO da Unipar, Mauricio Russomanno, o parque eólico marca o primeiro investimento da Unipar no segmento de energia renovável, e representa um movimento efetivo da empresa para a integração de suas operações com o elo anterior da sua cadeia produtiva.  “A parceira da Unipar com a AES para a geração de energia eólica sinaliza um reforço na busca por soluções energéticas sustentáveis à sua atividade, que tem na energia elétrica um dos principais insumos dentro do processo produtivo de soda e cloro”, afirma. “A partir deste investimento, garantimos que as plantas da Unipar no Brasil não recebem energia de geradores a partir de diesel, carvão e óleo combustível”, diz o CEO. Matriz  No Brasil, mais de 80% da matriz é renovável, sendo a maior parte representada pela produção das hidrelétricas. As energias solar e eólica, porém, vêm ganhando cada vez mais espaço nos últimos anos graças às melhorias tecnológicas, economias de larga escala e concorrência acirrada em licitações, que tem reduzido cada vez mais o custo total ou nivelado da eletricidade para essas fontes. “A escolha pela energia eólica ocorreu por conta de uma oportunidade. O projeto com a AES Tietê é mais maduro e bastante replicado com sucesso em plantas no Brasil”, aponta Russomanno.  

O CEO da Unipar destaca que, ao considerar a geração prevista para a planta, a opção pela energia solar iria requerer áreas mais extensas para a implementação do parque, porém esta fonte também está nos planos futuros da empresa. “A opção solar, assim como quaisquer outras fontes de geração de energia limpa e sustentável, está no radar da Unipar, já que atualmente há plenas condições de competitividade entre as fontes renováveis de energia”, diz. 

Energia eólica na Bahia  Uma pesquisa divulgada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), em junho, apontou que a Bahia lidera o segmento de energia gerada por fonte eólica no país. Somente nos primeiros quatro meses do ano, o estado gerou 31% da energia produzida pela força dos ventos que foi usada no Brasil. 

A construção do parque eólico será iniciada em janeiro do próximo ano e a inauguração está prevista para janeiro de 2023. Unipar e AES Tietê já iniciaram também conversas avançadas com bancos públicos de fomento, como o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de forma a financiar a obra com as melhores opções disponíveis no mercado e capitais. 

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