Lobato: Local onde policial civil foi baleado é de domínio da BDM 

Um tiro atravessou o colete e o investigador foi socorrido, mas não resistiu

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 28 de abril de 2018 às 16:13

- Atualizado há um ano

Policial Civil Rogério Lima Ribeiro trabalhava como investigador da 3ª Delegacia de Homicídios (Foto: Reprodução) O bairro do Lobato é domínio da facção Bonde do Maluco (BDM). A informação foi dada ao CORREIO por policiais civis, colegas do investigador Rogério Lima Ribeiro, 46 anos, baleado no local por bandidos na tarde desta sexta-feira (27). Um tiro atravessou a lateral do colete à prova de balas usado pelo policial, na parte desprotegida, e atingiu o seu tórax. O agente chegou a ser socorrido para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu ao ferimento.

Rogério foi atingindo durante uma operação que tinha como objetivo prender integrantes da facção responsáveis por homicídios e assaltos.   Ainda na operação, a polícia prendeu dois homens foram e matou outros dois suspeitos. O investigador trabalhava na 3ª Delegacia de Homicídios (BTS), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele será enterrado às 16h deste sábado, no cemitério Campo Santo, na Federação. 

“O local quem domina é a BDM. Um dos líderes de lá é Coresta, que atua nas localidades de Pedreira e Bananeira”, declarou o investigador Marcos Maurício, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc). A facção age também nas localidades de Barriquinha (Capelinha), Ladeira do Cacau (São Caetano), Boa Vista de São Caetano e Santa Luzia do Lobato, onde Rogério foi baleado. 

Operação A operação realizada na tarde desta sexta-feira foi planeja há cerca de 15 dias para combater o tráfico de droga instalado no Lobato.  “Fomos cumprir alguns mandados de prisão por tráfico e homicídio. Os alvos faziam parte da BDM”, disse o investigado o chefe do Serviço de Investigação da 4ª Delegacia (São Caetano) Darlan de Assis, que participou da operação. “A Polícia Civil está de luto”, completou ao falar do colega morto. 

A investida contra os traficantes contou com aproximadamente 40 policiais, entre civis e militares. A operação partiu de uma investigação de agentes da 29ª Delegacia (Lobato) com o auxílio da 4ª DP e com o apoio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e policiais das Rondas Especiais (Rondesp). 

Disparos A região do Lobato foi tomada pelos policiais por volta das 14h30. Eles foram divididos em equipes. “O meu grupo mesmo estava na Ladeira do Cacau quando atiraram na gente. Trocamos tiros com eles, mas aí, recebemos a informação de que um policial tinha sido baleado e voltamos para dar apoio”, disse o chefe do SI da 41ªDP. 

Rogério foi baleado quando se aproximava para abordar um grupo de suspeitos em Santa Luzia do Lobato. “A polícia fazia o cerco e os bandidos se sentiram acuados. Quando a equipe de Rogério em entrou numa rua e foi fazer a abordagem, um homem armado saiu de um beco e atirou, atingindo-o”, contou o presidente do Sindpoc.

SonhoRogério tinha o sonho de ser Polícia Civil. Apesar de ter passado no concurso em 1997, ele só conseguiu entrar na corporação há seis anos, após ter entrado com várias liminares. 

Segundo parentes ouvidos pelo CORREIO no dia do crime, um dos traços da personalidade de Rogério era a determinação. Ele começou a trabalhar cedo como office boy para ajudar o pai. Já adulto, ele começou a cursar geografia, mas depois mudou de curso e   ingressou na graduação de história. 

O investigador deixa uma filha de 11 anos. Atualmente, ele morava em um apartamento novo com a mulher, no bairro de Sussuarana.