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Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2019 às 09:00
- Atualizado há um ano
Comemorar os 60 anos da Escola de Administração da UFBA - EAUFBA, é render homenagens aos nossos mais velhos e aos nossos mais novos, aos nossos vivos e sobretudo aos nossos mortos, de modo que não há comemoração dessas bodas sem falarmos em ancestralidade. Parafraseando aqui uma expressão muito própria das casas de santo da velha Bahia: "A benção aos meus mais velhos, a benção aos meus mais novos!" Sim, as organizações, assim como os indivíduos, as famílias e os territórios, também guardam as suas ancestralidades.
Ancestralidade é o nosso legado. O conjunto de valores, culturas e imaterialidades que nos deixaram aqueles que chegaram primeiro e desfrutaram das dores e delicias do pioneirismo. Eles, nossos ancestrais, a partir de suas andanças, vitórias e resiliências, prescreveram roteiros e perfilaram os caminhos que nos conduziram até aqui.
Desde o projeto inicial dos fundadores americanos passando por algumas gerações de brasileiros, muitos foram os legados adquiridos no tempo por essa casa. Nossa diversidade de pesquisa, nosso envolvimento e simbiose com os territórios, nossa capacidade de diálogo e escuta publica, nossa missão de formar pessoas, tudo isso e muito mais, faz parte desse legado, dessa ancestralidade.
A ancestralidade é prima irmã da memória, de modos que as memórias são o elo de ligação entre a ancestralidade e aquilo que almejamos dela. A memória não é o culto ao passado no presente, mas, sim, o presente que o passado é capaz de nos oferecer. Pelas lentes da reflexividade, o passado nos permite compreender o presente para orientarmos o futuro, algo que o faz através da dos fios da memória, suas traduções, tradições e hermenêuticas. Nessa perspectiva, advogamos a tese de que a EAUFBA se constitui em um verdadeiro lugar de memória, aqui tomando e ampliando o conceito de Pierre Nora.
A EAUFBA é lugar de memória, na medida em que acumula dentro de si e extravasa para o mundo uma profusão de saberes, fazeres e reflexões, algo que se expressa nas organizações e nos territórios em todas as escalas. Essa trajetória de lugar de memória foi marcada por duas estratégias de protagonismo na esfera pública: o manejo das relações de poder estabelecida a partir dos territórios e a construção de redes de solidariedade entre os distintos atores em movimento.
A partir dessas dimensões, a EAUFBA educou e, oxalá, continuará educando indivíduos com formação humanística e política que qualifica e dignifica a sociedade brasileira. Esse lugar de memória faz parte do rico patrimônio que é a Universidade Pública desse país. EAUFBA: Lugar de Memória e Patrimônio do povo brasileiro. Viva a Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia!
André Luis Nascimento dos Santos, professor da EAUFBA
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores