Mãe anuncia que filho levado pelo ex foi devolvido: 'Graças a vocês'

Catharina usou redes sociais para fazer apelo e ter o filho de volta após 3 meses

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  • Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2021 às 14:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Acervo Pessoal

O filho de três anos de Catharina Galvão Bastos, 23, foi devolvido à mãe neste sábado (24), segundo ela mesma informou nas redes sociais. Catharina usou as redes este mês para acusar o ex-namorado, Paulo Roberto de Aguiar Valente Júnior, 38, de levar a criança e impedir contato do garoto com a mãe, mesmo sem ter a guarda. "Meu filho está em casa!! Além da Justiça, graças a vocês", postou ela. 

"Foi devolvido agora, estamos todos aqui muito emocionados. Graças a Deus conseguimos chegar ao fim do nosso mandado de busca e apreensão", diz a advogada de Catharina, Mônica  Santana. Segundo ela, a devolução aconteceu após negociação com o advogado do pai da criança. ""Fiz vários apelos e agora eles cumpriram. O advogado não queria imprensa, dizia que ia cumprir e não cumpriram. É o melhor para criança e para Catharina, que estava em um sofrimento muito grande", afirma.

Ela diz que o garoto está bem e ficou feliz ao reencontrar a mãe. "Quando viu Catharina ficou alegre, 'mamãe eu cheguei, voltei para casa", descreve a advogada. "Agora estamos mais tranquilas com a criança com a mãe, de onde nunca deveria ter saído, porque a mãe tem a guarda unilateral. O senhor Paulo nunca teve a guarda da criança, estava com ela ilegalmente", diz.

A disputa judicial deve continuar. Além da guarda, tanto Catharina quanto Paulo têm outros processos um contra o outro. A advogada diz que não pode detalhar os andamentos dos casos, especialmente por envolverem um menor. "Agora o judiciário vai decidir as coisas. Como advogada, continuo na luta". Mãe celebrou retorno nas redes sociais (Foto: Reprodução) Tentativas de localizar menino Três mandados de busca e apreensão pela criança foram frustrados desde abril, quando o menino foi passar o final de semana com o pai e não foi devolvido. A tentativa da última quinta-feira (22) foi em um condomínio em Praia do Forte, no Litoral Norte da Bahia.  Na última quarta-feira (21), policiais e oficiais de justiça foram até a residência fixa de Paulo Roberto, em Salvador, e encontraram o apartamento vazio. Ele teria informado, no dia anterior, que entregaria a criança, mas não cumpriu o trato. 

Catharina tem a guarda do filho e Paulo teria direito a visitas supervisionadas. O menino teria ido até a casa do pai no dia 16 de abril e, no dia 18, quando deveria retornar à casa da mãe, não voltou. Segundo a jovem, a família de Paulo teria informado, dias depois, que não devolveria a criança e impedido o contato entre mãe e filho. Catharina diz que conseguiu ver o menino no dia 4 de junho, através de chamada de vídeo, e a criança teria pedido para voltar para casa. 

Disputa Depois do fim do relacionamento, que segundo Catharina foi marcado por ameaças e comportamentos abusivos da parte de Paulo, ela pediu uma edida protetiva contra o ex, que foi concedida. Por conta disso, Paulo precisa manter distância física dela e também não pode ter contato por telefone, por exemplo. Hoje, o intermédio é feito entre a mãe e o avô da criança, o pai de Paulo. A guarda é de Catharina e o pai tem direito a visitas regulares com supervisão de uma acompanhante. 

Durante uma dessas visitas, em 16 de abril deste ano, Catharina foi comunicada pelo avô da criança de que seu filho não seria mais devolvido. Foi aí que a dor de mãe começou e ela precisou recorrer à Justiça. 

Catharina diz que tinha poucas notícias sobre a criança e só conseguiu contato por chamada de vídeo uma única vez. O Dia das Mães, o aniversário do filho e o seu próprio aniversário foram marcados pela saudade. “A única vez que eu falei com meu filho por ligação de vídeo foi no dia 4 de junho, quando meu filho dizia que queria me ver e começava a chorar. Foi aniversário dele no dia 20 de junho e eu não pude falar, passei o dia das mães sem meu filho, passei o meu aniversário longe dele”, diz ela. 

Acusações Também através das redes sociais, Paulo acusou Catharina de ter se recusado a entregar a criança em um dia de visita regular. “Em abril, quando meu filho deveria passar o dia comigo, a mãe negou esse direito. E a babá que trabalhava na casa dela, funcionária dela, noticiou que era porque meu filho estava com marcas roxas pelo corpo e vomitando. Logo busquei a Dercca e quando pude estar com meu filho não permiti o retorno dele para a casa da mãe com o enorme receio desses fatos que me foram passados”, alega. 

Sobre isso, a mãe nega que o filho estava vomitando e com marcas pelo corpo e rebate: “No acordo de visitas, está estabelecido que, para meu filho ir para a casa do pai, é preciso estar na presença de um acompanhante. Paulo sempre criou problemas com essas acompanhantes e eu tinha que substituí-las. Em momento nenhum eu me recusei a entregar meu filho ao pai quando era dia das visitas. O que aconteceu é que, numa quarta-feira, era dia de visita, mas eu não consegui contratar uma acompanhante a tempo. Como no acordo existia essa condição, eu fui orientada por advogados a não permitir a ida e Paulo foi comunicado. Assim que eu consegui a acompanhante, meu filho foi para a visita normalmente”, alegou Catharina. 

O pai da criança também acusa Catharina de maus-tratos contra o filho e afirma que prestou queixa contra ela junto à Delegacia Especializada de Repressão a Crime contra a Criança e ao Adolescente (Dercca). A queixa foi motivada por queimaduras que apareceram na mão e joelho da criança, em dezembro de 2019. 

Catharina se defende e explica o que teria acontecido e ressalta que, na época, ainda morava com Paulo. “Eu virei as costas para pegar a sacola do meu filho e, num piscar de olhos, ele foi direto no ferro, que tinha sido deixado no chão ao lado da cama pelo pai, não foi por mim, eu nunca faria isso. Eu ouvi gritos de que eu era irresponsável, que eu não cuidava do meu filho direito, sendo que nem foi culpa minha”, afirma ela.    Em vídeo publicado em seu perfil pessoal na rede social Instagram, após repercussão do caso, Paulo confirmou ter ciência do mandado de busca e apreensão que determina a devolução da criança aos cuidados da mãe. Ele alegou ter estado, desde a última sexta-feira (16), em um hotel localizado em Mangue Seco, uma vila turística na cidade de Jandaíra, município baiano que faz divisa com o estado de Sergipe, para onde foi com a atual namorada para celebrar o aniversário da companheira. O filho teria ficado com seus pais.    “Não existe mandado contra mim, seja de busca ou de apreensão para que eu seja considerado foragido, mas tenho conhecimento que existe um mandado de busca e apreensão para que a mãe de meu filho pegue ele de volta”, disse na ocasião.