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Mãe de jovem morto em Cajazeiras VI faz apelo: 'Quero que os adolescentes possam ser gente'

Vanda Lopes acredita que o crime pode ter relação com menina com quem o filho se relacionava

  • D
  • Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2022 às 17:05

. Crédito: Foto: Reprodução

Os corpos dos jovens Arthur Lucas dos Santos Gomes, 22 anos, e Matheus dos Santos Silva, 17, desaparecidos desde o último dia 30, foram encontrados no domingo (4) em uma cova rasa, num matagal no bairro de Cajazeiras VI. Desde então, a tosadora Vanda Lopes, mãe de Arthur, carrega uma dor que mal consegue pôr em palavras. “Ele era meu único filho. Ele não era nenhum criminoso, não fumava, não bebia, não andava em rua. O comportamento dele no bairro era exemplar”, diz ela, aos prantos.  

Segundo Vanda, o filho cresceu no bairro e era muito conhecido por ser solidário. Vivendo em uma comunidade carente, Arthur costumava doar alimentos, roupas e dividir brinquedos com os meninos mais jovens. As ações e o jeito do filho impedem a mãe de imaginar motivos que possam tê-lo tornado alvo do assassinato. “O que mais me dói é saber que meu filho não tinha malícia”, enfatiza. 

Ela ainda afirma que todo o dinheiro do seu salário era para mantê-lo e que, por muito tempo, o jovem estudou em escola particular na tentativa de protegê-lo da criminalidade. Arthur sequer andava de ônibus e trabalhava fazendo ‘bicos’ pelas redondezas. 

“Arthur foi criado pela avó e pelas minhas irmãs, então a mentalidade era muito diferente. Para furar a orelha, ele me perguntou se podia. Para fazer tatuagem, ele perguntou a mim se podia fazer. Éramos muito apegados”, lembra. 

Mãe solo, Vanda precisava trabalhar o dia inteiro para conseguir o dinheiro do mês. Segundo ela, Arthur se sentia muito sozinho e chegou a ter depressão durante a adolescência, sobretudo depois que o pai saiu de casa. O refúgio do jovem eram as amizades. A mãe conta que ele costumava ter amigos mais jovens, porque tinha uma personalidade mais infantil.  

Foi na academia que a amizade com Matheus surgiu. No dia que desapareceram, os dois foram vistos pela última vez na laje da irmã de Vanda, fazendo gravações, por rede social, da Rua do Boiadeiro, onde moram. A mãe afirma que o filho não era envolvido com o tráfico de drogas e frisa que seu único defeito era se envolver com muitas meninas. “Eu falava que era para ele ter cuidado, porque ele despertava inveja em alguns coleguinhas. Um menino de comunidade ter um Iphone que foi a mãe que deu desperta ódio. As meninas colavam mais nele também por conta disso”. 

Dias antes de sua morte, Arthur vinha dormindo na casa de uma jovem de 15 anos. Sem saber a natureza da relação, a mãe acredita que essa tenha sido a motivação para o crime, uma vez que a jovem tinha um namorado.  

A Polícia Civil foi procurada para informar se houve avanços na investigação do caso, mas não retornou às tentativas do CORREIO até o fechamento desta matéria.

A tosadora recorda que o filho era muito querido. Segundo ela, os vizinhos se mobilizaram para encontrar o corpo do jovem e até hoje estão de luto. Já ela não volta para casa desde o ocorrido e alega estar sem esperanças. “Meu sentimento é de uma mulher derrotada, sem vida. Nem pra casa eu posso ir. Primeiro, porque não consigo ver as coisas dele, a casa ficou sem vida. O outro motivo é porque estou em perigo”, afirma. 

Entristecida, a mulher ainda fez um apelo às autoridades: “Eu quero justiça. Quero que acabem com essas facções. Quero que os adolescentes possam ser gente”.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro