Mais vazada da Série A, defesa do Bahia vira desafio para Mano

Treinador precisa ajustar sistema defensivo para colocar o tricolor nos trilhos

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 18 de setembro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Os próximos dias no Bahia vão ser de ajustes. Uma semana depois de chegar ao clube e com duas derrotas de saldo, o técnico Mano Menezes vai ganhar um respiro na sequência de jogos e tempo para trabalhar com o elenco.

Após a derrota por 3x2 para o Corinthians, quarta-feira, na Neo Química Arena, o Esquadrão tem agora pelo menos uma semana antes do próximo compromisso, no dia 26 de setembro, contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba.

Esse período sem partidas vai ser fundamental para Mano Menezes implementar as suas ideias e recolocar o Bahia nos trilhos. E o treinador já tem um setor específico para atacar: o sistema defensivo.

A defesa é de longe o principal problema do Bahia no Campeonato Brasileiro. Nos dez primeiros jogos da equipe na Série A, o Esquadrão foi vazado 18 vezes - média de 1,8 gol sofrido por partida. Em apenas uma o time não levou gol. Foi no triunfo por 1x0 sobre o Coritiba, na estreia, em Pituaçu.

O número de gols sofridos coloca o sistema defensivo do Bahia como o pior entre os 20 clubes da primeira divisão, e com um jogo a menos que boa parte das equipes.

Quem mais se aproxima do tricolor no ranking negativo são Bragantino e Corinthians. Os dois clubes paulistas tiverem as redes balançadas em 16 oportunidades.

“[O Bahia] contratou o treinador certo. Ao longo dos anos tenho uma sucessão de boas defesas, defesas menos vazadas nos campeonatos que joguei. Vendo de fora, observei um Bahia em transição. Ano passado, quando Roger iniciou o trabalho, o time era bastante reativo, jogava em transição entre a defesa e o ataque com muita rapidez. Quando você faz isso, expõe menos a defesa”, disse Mano Menezes ao ser apresentado.

“Costumo dizer que o futebol é uma invenção. O treinador tem uma ideia e ela é executada pelos jogadores. Às vezes inventa uma coisa melhor e, outras, inventa uma coisa não tão boa. Temos que chegar no meio termo e jogar um bom futebol, fazer bem o que se propõe a fazer. Ter capacidade de propor, mas sem virar a pior defesa do campeonato. Ou não vai a lugar nenhum”, continuou ele.

Rotatividade Além dos ajustes para fazer o time ter uma defesa mais sólida, o treinador também terá que ser rápido para encontrar as peças que estão em seus melhores momentos. Muitos jogadores vivem fase de declínio técnico e apresentam rendimento abaixo do que já demonstraram no próprio Bahia.

A rotatividade de jogadores na composição do sistema defensivo também tem sido grande em 2020.  Na zaga, o tricolor já utilizou quatro duplas diferentes. Juninho e Lucas Fonseca foram os que mais atuaram juntos, 16 partidas.

Desde o início do Brasileiro, Ernando ganhou a disputa com Fonseca e vem sendo o titular junto com Juninho. Na ausência deste, Wanderson foi titular contra o Corinthians. Entre as opções no setor, o único que não recebeu chances foi Ignácio.

As mudanças também foram constantes em outros setores como o gol e as laterais. Do lado esquerdo, Zeca e Juninho Capixaba alternaram a titularidade, enquanto Matheus Bahia ganhou chance na derrota para o Grêmio, por 2x0, no estádio de Pituaçu. O mesmo aconteceu na direita, com o revezamento entre Nino Paraíba e João Pedro.

A lateral direita, inclusive, é uma dor de cabeça que Mano tem que resolver para o duelo contra o Athletico-PR. Nino recebeu o terceiro cartão amarelo e está suspenso, enquanto João Pedro se recupera de cirurgia no joelho. A única opção de origem é o garoto Douglas Borel. O volante Edson pode ser improvisado.

Independentemente da escolha, Mano Menezes sabe que precisa ser rápido para estancar a sangria na defesa tricolor ou, como o próprio treinador diz, o Esquadrão não conseguirá ir para lugar nenhum na Série A do Brasileirão.