Manifestação na Barra cobra mais agilidade dos governos sobre o óleo

Na Bahia, foram recolhidas 237 toneladas de petróleo cru até a quinta-feira (24)

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  • Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2019 às 06:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

Uma manifestação está marcada para acontecer às 16h deste sábado (26), no Farol da Barra, em Salvador. O ato é organizado pelo grupo Guardiões do Litoral, formado por voluntários que estão recolhendo as manchas de óleo das praias da capital e do Litoral Norte do estado. Eles cobram mais agilidade dos órgãos públicos para resolver o problema e medidas para amenizar os estragos. Ato é para chamar a atenção das autoridades (Foto: Divulgação) O manifesto divulgado através das redes sociais e de mensagens por aplicativo de celular é clara: “Queremos descobrir de quem é óleo, mas queremos principalmente ações efetivas de contenção e prevenção para que esse óleo não avance sobre nossas praias, nossas praias, estuários e corais”.

O engenheiro Arthur Sehbe, um dos criadores do grupo de voluntários, ressaltou que a manifestação é apartidária e que todos os que se preocupam com as consequências do óleo para o meio ambiente devem comparecer para apoiar o movimento. “É um desastre muito grande e tem que ter uma ação muito enérgica de resposta”, disse. Manchas de óleo no mar da Barra (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Arthur cobrou também mais clareza nas informações por parte das autoridades. “Desejamos ser informados com muita transparência sobre as medidas que o governo toma, as formas de monitoramento e onde o óleo chega”, pontuou.

A organização disse que o protesto não tem uma ação prevista porque pretende convocar a população para mostrar que as pessoas se preocupam com situação. “A problemática é muito maior do que as pessoas imaginam. Pescadores e marisqueiras vão ter a fonte de renda e alimentação afetadas. O turismo vai ter um impacto muito grande. Isso precisa de muita ação”, afirmou Arthur.

Para o grupo a população precisa se atentar para a escassez dos recursos. Ele aponta que é preciso mudar a forma como a sociedade consome, inclusive o Petróleo. “Chegou um momento crítico do desenvolvimento da sociedade”. Voluntários na praia do Buracão, no Rio Vermelho (Foto: Betto Jr/ CORREIO) Petróleo As primeiras manchas de óleo começaram a aparecer no litoral do Nordeste no final de agosto. Na Bahia, elas chegaram no início de outubro, pelo Litoral Norte, mas logo chegou também em Salvador, na Ilha de Itaparica, e continua descendo a costa. O desastre já foi registrado nas praias paradisíacas de Morro de São Paulo, Garapuá e, mais recentemente, em Ilhéus, no Sul do estado. Até está quinta-feira (24), foram recolhidas 237 toneladas de óleo na Bahia

Preocupados, os trabalhadores que dependem da pesca e das praias para sobreviver, além de moradores e outros voluntários, estão fazendo mutirões e trabalhando ao lado dos órgãos competentes para recolher o petróleo. Alguns deles não tomaram os cuidados devidos e estão começando a apresentar problemas de saúde.  

Na terça-feira (22), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o governo fará um monitoramento de longo prazo dos impactos do derramamento de óleo na população que está tendo contato com a substância. A iniciativa será similar à de Brumadinho, em Minas Geiras. Mas ele não explicou como essas pessoas serão identificadas e de que forma esse trabalho será realizado.

O Governo Federal ainda não identificou o que está causando o aparecimento das manchas de óleo no litoral do Nordeste. Até o momento, o que se sabe é que ele foi produzido na Venezuela. Na quinta-feira (24), a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) afirmou que vai auxiliar a Marinha e a Polícia Federal na investigação das causas do desastre.