Manifestação pede impeachment do presidente

Grito de "fora Bolsonaro" predominou no percurso do Campo Grande à Praça Municipal

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  • Roberto Midlej

Publicado em 24 de julho de 2021 às 12:27

- Atualizado há um ano

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Se nas manifestações anteriores ainda havia dúvida sobre a maior motivação da ida das pessoas às ruas, neste sábado (24) as dúvidas acabaram. No trajeto que foi do Campo Grande à Praça Municipal, o grito "Fora Bolsonaro" predominou, no lugar do "vida, pão, vacina e educação", muito ouvido nas ocasiões anteriores. A chuva fraca que caiu por volta das 11h até motivou um outro grito: "Pode chover, pode molhar, o Bolsonaro nós vamos derrubar".

Humberto Borges, presidente do Sindicato dos Propagandistas da Indústria Farmacêutica da Bahia, Sinproba, diz que a entidade o impeachment é uma reivindicação da categoria. "Precisamos sair das redes sociais e ir pras ruas, lutar por mais vacinas e mais direitos. Além disso, nós, ligados à indústria da farmácia, somos contra essa forçação de barra com a cloroquina, que comprovadamente não tem eficácia contra a covid. E somos contra militares no Governo. 'Militar', para nós é verbo", afirmou. Manifestante simula prisão de Bolsonaro Durante a manifestação, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos BR BA (Sincotelba) levou um caixão simbolizando enterro do presidente Jair Bolsonaro. Já o Coletivo Quilombo esteve presente e homenageou Leo, um jovem integrante do movimento que morreu vítima de covid-9.

"Estamos aqui para homenageá-lo. E, a partir do luto por mais de 540 mil pessoas, temos a nossa luta. Estamos aqui contra um governo genocida, lutamos pela derrubada de um governo autoritário, representado por Bolsonaro", disse Tifanny Conceição, que integra a coordenação nacional do movimento.

Sem-teto

O Movimento dos Sem Teto de Salvador, MSTS, fundado em 2003, reivindicou, além do impeachment, mais investimentos em moradia por parte do governo federal. "Estamos aqui para dizer que este governo não entregou sequer uma casa pelo programa Casa Verde e Amarela. Todos os imóveis entregues são ainda do Minha Casa Minha Vida, dos governos anteriores. E Bolsonaro quer cobrar 250 reais de prestação por trinta anos nos imóveis que entregar. Por isso e por esse governo genocida, somos a favor do impeachment", disse Jones Bastos, um dos líderes do MSTS. Sindicato dos Propagandistas da Indústria Farmacêutica da Bahia O Sindprev-BA (Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado da Bahia) esteve representado, segundo o diretor da entidade, Valdemir Medeiros, a classe reivindica o impeachment por causa dos 548 mil mortos por covid. "Essas mortes são culpa do presidente, que é responsável pela saúde da população. Por isso, o impeachment é inegociável. O movimento nas ruas vem crescendo a cada manifestação e o povo entendeu que é só vindo para a rua que poderemos derrubar este governo nefasto", disse o diretor.

Partidos e centrais sindicais

Centrais sindicais como a CUT e a Força Sindical estiveram presentes. No percurso, havia diversas bandeiras dessas entidades, assim como de partidos políticos de esquerda, especialmente Psol, PT, PCB e PCO. Muitos manifestantes usavam camisas em referência a Lula, incluindo as que pediam "Lula Livre". Em alguns discursos nos carros de som, o clima já era de campanha e pediam voto no petista em 2022. Alguns políticos locais, como as deputadas Lídice da Mata e Alice Portugal, além do vereador Suíca foram citados em discursos. Centrais sindicais como a CUT estiveram representadas Neste sábado, foram registradas manifestações contra o Governo em ao menos 23 estados e em 19 capitais. Em Curitiba, no entanto, motociclistas se reuniram a favor de Bolsonaro. Esta foi a quinta vez no ano que foram registrados manifestos contra o presidente.