Mano se aproxima de time ideal no Bahia, mas ainda tem dúvidas

Treinador cita evolução e espera entrosamento para sair das últimas colocações

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 14 de outubro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

O tempo tem sido um dos principais adversários de Mano Menezes desde que ele assumiu o Bahia. Em apenas um mês no comando do tricolor, o treinador já dirigiu a equipe em sete jogos pelo Campeonato Brasileiro. Média de uma partida a cada quatro dias. 

Além do ritmo intenso, o técnico tem lidado com o início ruim. Nos sete jogos em que Mano esteve à beira do campo, o Bahia venceu apenas dois e perdeu cinco. Desempenho que deixa o Esquadrão na porta da zona de rebaixamento, em 16º lugar.

Mesmo diante de um turbilhão, Mano tem começado a encontrar uma base titular que pretende usar na sequência da temporada. Até a partida contra o Fluminense, 23 jogadores foram utilizados pelo treinador pelo menos uma vez, seja como titular ou saindo do banco de reservas. E é possível saber quem está com moral com o técnico.

Na cabeça de Mano Menezes, o esquema que será implantado na equipe é mesmo o 4-3-3. Dessa forma, jogadores como o goleiro Douglas, o lateral Juninho Capixaba, os volantes Gregore e Elias e os atacantes Clayson, Rossi e Gilberto têm a confiança dele  para formar a espinha do time titular.

“Já é possível ver pelo número de escalações que cada atleta teve nesse pequeno período de sete jogos, já apontando para uma base. Não vamos deixar de utilizar mais jogadores, porque é necessário que se faça isso, principalmente em jogos com uma frequência grande, alta intensidade em um curto espaço de tempo, mas vamos ter uma base. Acho fundamental para avançar na questão do entrosamento, mecânica de jogo. Tem horas que você decide uma partida justamente nesse fundamento”, justifica Mano Menezes.

Apesar de apontar uma base, algumas posições ainda deixam dúvidas na cabeça do treinador. Na defesa, por exemplo, Ernando participou dos sete jogos, mas nos dois últimos atuou improvisado como lateral direito. A tendência, inclusive, é a de que ele seja mantido no setor, barrando Nino Paraíba.

Já no miolo de zaga, Lucas Fonseca e Juninho, que iniciaram a temporada como titulares - ainda com Roger Machado -, voltaram ao time e se consolidaram nos últimos jogos. Wanderson foi opção escolhida em só uma partida, na derrota por 3x2 para o Corinthians. Existe a expectativa ainda sobre Anderson Martins. Contratado em setembro, ele segue aprimorando a forma física e ainda não foi relacionado.

“[Anderson Martins] não tem nenhum problema clínico ou técnico, ele tem um problema físico. Anderson ficou 30 dias parado no São Paulo quando decidiu, de forma consensual, encerrar o contrato. Depois de uma parada de pandemia que tivemos, torna essa situação um pouco mais crítica. Tivemos que cuidar da contratação, que acho que vai nos trazer um acréscimo, mas não vamos colocar de qualquer jeito pois vamos decepcionar a todos. Mais duas semanas e ele vai estar à disposição, como Elias chegou e já está jogando”, explicou Mano. 

Partindo para o meio-campo, Daniel é outro que tem feito boas apresentações e garantido presença na equipe. Sem Rodriguinho, desfalque após sofrer fissura no pé, o camisa 8 ganhou a função de municiar o ataque e qualificar a saída de bola. O setor conta ainda com Gregore e Elias, que chegou ao Esquadrão como homem de confiança do treinador e não demorou para ser efetivado como titular.

Na frente, quem acabou perdendo espaço foi Élber. Vice-artilheiro do Bahia na temporada com sete gols, o atacante assistiu do banco a ascensão de Clayson e Rossi como companheiros de Gilberto nos últimos compromissos. A tendência é a de que o trio seja mantido contra o Goiás, sexta-feira (16), em Goiânia. E mesmo diante dos resultados negativos, Mano tem enxergado evolução na forma de jogar.

“Vejo a equipe mais estável nas coisas que acreditamos que sejam fundamentais para o futebol. Não estou aqui comparando nem desrespeitando o que tinha sido feito até agora, mas introduzindo o que acho que é adequado. Hoje ela já se estabilizou mais, está mais segura para tentar fazer as coisas que quer fazer, agora temos que avançar no restante. Não adianta nada solucionar um problema e perder a solução de outros. Vamos trabalhar, é mais difícil, mas acredito que os jogadores estão muito envolvidos no processo”, comentou.

Minutos preciosos Além de formar a base do que considera a equipe titular, Mano Menezes também tem analisado o elenco e dado oportunidade para jogadores que eram pouco utilizados por Roger Machado. A ideia do treinador é encontrar alternativas dentro do próprio grupo e saber com quem vai contar quando o ritmo de jogos se intensificar ainda mais, já que a partir do próximo mês o Esquadrão voltará a disputar a Copa Sul-Americana.

Nesse sentido, Ramon e Fessin têm ganhado minutos em campo, enquanto outros perderam espaço. O volante Jadson, que chegou a ser titular com o próprio Mano, rescindiu o contrato e voltou ao Cruzeiro. Já Elton, que nos últimos dias estava em recuperação de lesão, dificilmente ficará entre as primeiras opções.