Mapa da mineração: subsolo da Bahia armazena pelo menos 45 tipos de minerais

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Publicado em 1 de agosto de 2019 às 06:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Correio Gráficos

No subsolo dos mais de 567 mil quilômetros de área da Bahia existem 45 substâncias minerais com potencial comercial já identificadas. Os recursos naturais vão desde a água nossa de cada dia até aqueles que parecem palavras inventadas por alguma criança. Caso da barita, diatomita, ou o feldspato, ou o molibdênio. 

Responsável por aproximadamente 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, a produção mineral baiana se destaca como a maior do país na exploração de sete produtos, segunda maior em outras quatro e chega ao requinte de ter substâncias tão singulares que levam o nome do estado no nome. Casos do granito Azul Bahia, de Potiraguá, ou do mármore Bege Bahia, de Ourolândia. 

Atualmente, a Bahia é o terceiro maior produtor mineral do país, atrás apenas dos estados de Minas Gerais, Pará e Goias, sendo responsável por 4% do PIB da atividade no país. Entretanto, apesar dos números de destaque, as perspectivas para o setor são de um cenário melhor que o atual no estado. 

“Nós temos um diferencial em relação ao restante do país, que é a diversidade da nossa produção mineral. Nenhum outro tem 45 tipos diferentes de minérios”, destaca o diretor técnico da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Rafael Avena.Segundo o geólogo, o estado que mais se aproxima da realidade baiana é Minas Gerais, que “também tem uma diversidade grande”. 

Ele cita a existência de rochas com padrões cromáticos únicos e a produção de minerais como vanádio e urânio, que são as únicas no Brasil. No caso do vanádio, a mina operada pela Largo Resources acumula 1,12% das reservas mundiais do produto, que aparece associado aos minérios de ferro e titânio. O mineral, usado para tornar o aço mais flexível, é fundamental para o desenvolvimento da indústria da aviação, entre outras aplicações. 

Em Nordestina opera a primeira mina de diamantes da América do Sul desenvolvida a partir de rocha kimberlítica, que é a rocha primária do diamante.

Perspectivas Um recurso que deve voltar a ser destaque a partir do início do próximo ano é o níquel. A mina em Itagiba, que era operada pela australiana Mirabella, terá a operação retomada sob o comando da inglesa Atlantic Nikel. O estado tem 15% das reservas do minério no país. “A atividade depende dos preços no mercado internacional. Quando a Mirabella iniciou a operação em Itagiba, a tonelada do níquel era comercializada por US$ 54 mil. Em 2015, o preço caiu para US$ 8 mil”, lembra Rafael Avena. 

Agora, quando se inicia um processo de retomada da produção no local, o preço está por volta dos US$ 12 mil. Além do níquel em Itagiba, o diretor técnico da CBPM destaca novos projetos como a produção de fosfato em Irecê. O produto é fundamental para a agricultura. 

Mas é na produção de minério de ferro que estão as maiores apostas no crescimento da produção baiana nos próximos anos.“Nós temos reservas significativas de ferro tanto na região de Caetité quanto no Norte do estado. Nos dois casos, nós temos o desafio do escoamento. A mineração de ferro depende da movimentação de grandes volumes para se viabilizar”, ressalta. Com o início das operações da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), a tendência é que a produção de ferro passe a ocupar um papel de destaque no mapa da mineração do estado, acredita Avena, graças ao projeto da Bahia Mineração (Bamin), em Caetité. 

“A mineração é uma das atividades com o maior potencial para impulsionar o desenvolvimento econômico do estado, porque ela se concentra no interior”, aponta o superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Paulo Guimarães. 

Para Guimarães, além de investir na ampliação da produção mineral, é importante que se criem mecanismos para facilitar o beneficiamento e o processamento da produção na Bahia.“Assim, podemos otimizar a geração de emprego e renda, que é a nossa prioridade”, diz.