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Da Redação
Publicado em 10 de março de 2022 às 09:00
- Atualizado há 2 anos
Com um estilo musical que apresenta uma mistura dos tambores ancestrais de Cabo Verde, na África, com a diversidade musical negra do Brasil, a jovem Iuna Falcão abre seus caminhos e tenta uma nova maneira de fazer MPB. A cantora de 22 anos, nascida em São Luiz do Maranhão, mas com uma forte influência cultural baiana, mostra em seu som uma versatilidade musical e um timbre vocal sensual e aposta muito em suas performances no palco.>
Mulher negra, nascida em meio a artistas, Iuna traz em suas canções as nuances da África que conversam com a cultura do seu lugar. “Eu canto, principalmente aquilo que acredito, e por isso busco sempre exaltar a minha ancestralidade”, afirma.>
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A artista conta que sua carreira musical começou exatamente dentro de casa, desde pequena, com uma influência musical considerável dos pais e da avó. “No entanto, só levei a sério minha relação com a música de dois anos pra cá, com as coincidências do destino que me levaram a conhecer os meus companheiros de trabalho”, destaca.>
Para a cantora, suas referências artísticas vêm primeiro de dentro de casa com seus familiares. “Minha maior referência é a minha avó, Maria Falcão. Artista desde os 12 anos, sempre foi apaixonada por música e tudo que envolve esse assunto, se tornou a primeira mulher radialista do Maranhão, chegando a trabalhar em cinco rádios diferentes”, revela com orgulho. >
Iuna Falcão ainda acrescenta que as referências artísticas fora da família são muito ligadas a Cabo Verde. “Como as cantoras Mayra Andrade, Aline Frazão, Maria de Barros e Toty Sa’ med. Mas também busco beber da fonte de outros lugares do mundo, a exemplo da francesa Yusan Band, do multi-instrumentista nigeriano Fela Kuti e o nosso Djavan”, complementa.>
Toda essa mistura e versatilidade pode ser conferida no projeto ‘Covers’, onde a artista traz versões com arranjos próprios de grandes sucessos musicais do cenário musical nacional e internacional, lançados no último mês no YouTube e que juntos já somam mais de 160 mil visualizações na plataforma. >
“Lá eu apresento a minha versão com releituras das músicas ‘Na Baixa do Sapateiro’ (Ary Barroso), ‘Orange Moon’ (Erycka Badu), ‘Lágrimas Negras’ (Gal), ‘Fotografia’ (Tom Jobim) e ‘Say Yes’ (Floetry)”, conta.>
Para a jovem artista, que está no começo de sua trajetória, em seu caminho já existem conquistas consideráveis, como a visibilidade que o projeto ‘Covers’ tem proporcionado. “Para mim, essa é uma das coisas mais importantes, pois estou tendo o privilégio de conhecer grandes artistas que admiro e a oportunidade de trabalhar e aprender com eles”, celebra.>
Envolvida no mundo das artes, Iuna além de cantora, também toca violão e piano, além de amar artes plásticas, como no caso da pintura, que é o seu hobbie terapêutico preferido, e afirma que é nesse lugar das cores de onde tira sua inspiração para a música.>
Para a artista, a música e a arte foram a forma que encontrou para expor todas as suas questões internas e revela que sempre foi uma pessoa fechada, com dificuldade de expressar os sentimentos, ou de até mesmo desenvolver uma conversa. >
“A arte em geral me faz expurgar tudo aquilo que eu tenho preso em mim desde a infância. Então, de uma certa forma, eu implantei isso em todas as partes da minha vida, eu respiro isso”, enaltece.>
Inspirada e buscando apresentar os seus sentimentos por meio da música, a artista adianta que vem trabalho autoral novo para o público neste ano. “Já tenho dois EP’s, que conversam entre si, para serem lançados em 2022. Estamos na parte dos detalhes, mas a partir do mês de julho estarão disponíveis nas plataformas de streaming”, finaliza.>