Marinheiro salvou filho durante incêndio em lancha na Baía de Todos-os-Santos 

Os dois foram socorridos após inalarem muita fumaça

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  • Bruno Wendel

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 15:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Wendel/CORREIO

Lancha pegou fogo nesta manhã (Mauro Akin Nassor/CORREIO) O marinheiro da lancha Minduza, que pegou fogo na manhã desta sexta-feira (20), na Baía de Todos-os-Santos, salvou a vida do próprio filho, também marinheiro, que navegava com ele no momento do acidente.

Quando começou o incêndio na embarcação, por volta das 7h45, nas imediações do Forte São Marcelo, o rapaz estava trancado no banheiro, e o pai precisou arrombar a porta. Em seguida, eles pularam no mar e foram resgatados pela Marinha. Os nomes deles não foram divulgados.“Antes do fogo, o filho já estava preso no banheiro, no andar de baixo. Ele tentava sair, sem sucesso. O pai, quando viu as chamas, escutou os gritos do rapaz, foi lá e arrombou a porta. Depois, os dois pularam no mar. Rapidamente as chamas tomaram a lancha. Por pouco o pior não aconteceu”, relatou um dos marinheiros, que preferiu não revelar o nome, ao CORREIO.A embarcação, que tinha apenas pai e filho a bordo, navegava depois do quebra-mar. Segundo marinheiros que atuam na Bahia Marina, a lancha tinha sido abastecida e seguia para as imediações do Corredor da Vitória para buscar o proprietário quando as chamas surgiram.

Por volta das 9h30, pai e filho deixaram a sala da administração da Bahia Maria sob os cuidados da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Eles foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris.

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), “não havia sinais de queimadura nas vítimas, mas ambas inalaram fumaça e apresentaram quadro de nervosismo”.

Ao mesmo tempo que a ambulância manobrava para deixar o local, a uns 10 metros de onde ocorria o atendimento, um homem apontado como o dono da embarcação conversava com o chefe de operações da Bahia Marina, de prenome Fernando. O CORREIO tentou conversar com ambos, mas eles preferiram não se manifestar. Pai e Filho foram socorridos por uma ambulância do Samu (Foto: Bruno Wendel/CORREIO) Muita fumaça A cortina de fumaça podia ser vista à distância. Teve morador do bairro da Barra, por exemplo, que acordou assustado. "Era tanta fumaça que pensei que o meu prédio pegava fogo", disse um homem que mora na Rua João Pondé, que pediu para não ser identificado.

À reportagem, a Bahia Marina disse que ainda não há informações ainda sobre a causa do acidente. Acrescentou ainda que pai e filho serão ouvidos pela Capitania dos Portos para prestar esclarecimentos. Em relação ao dono da lancha, a Bahia Marina disse que “tem o cuidado em manter os nomes dos seus associados sob privacidade”. 

Já a Marinha do Brasil, através da Capitania dos Portos da Bahia, informou que a embarcação pegou fogo até afundar. Neste caso, o proprietário será notificado para a reflutuação, ou seja, para retirar os destroços da água para que a perícia possa ser realizada. O CORREIO apurou que o dono da embarcação é proprietário de uma construtora.

A lancha era do modelo Intermarine, 50 pés, tinha dois andares, com capacidade para comportar até 12 pessoas. Há informações de que ela possuía seguro em dia e era avaliada em R$ 8 milhões. 

Marinha Em nota, o Comando do 2º Distrito Naval (Com2ºDN) informou que teve conhecimento do incêndio na embarcação de esporte e recreio “Minduza” por volta das 7h45 desta sexta-feira (20). Disse ainda que, ao ser acionada, enviou de imediato uma lancha de Inspeção Naval (IN) da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) ao local do incêndio para averiguar a situação e, caso necessário, prestar socorro aos ocupantes da embarcação.

Segundo o Comando do 2º Distrito Naval não foram observados indícios de poluição hídrica. As causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido serão determinadas em inquérito instaurado pela Marinha do Brasil.