Médica critica Sesab por apreender remédios doados para pacientes com covid-19

Kit continha Hidroxicloroquina, Ivermectina e Zinco

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  • Wendel de Novais

Publicado em 15 de julho de 2020 às 18:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Nesta terça-feira (14), a médica Caroline Martins, em vídeo postado em suas redes sociais, denunciou a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) por apreender medicamentos que foram doados por empresários e profissionais de saúde para o tratamento de pacientes em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. 

Os kits continham Hidroxicloroquina, Ivermectina e Zinco. Não há qualquer comprovação científica de que elas são eficazes no tratamento da covid-19 - esse seria o destino dos medicamentos.

No vídeo, a médica afirmou que a Vigilância Sanitária da Sesab ameaçou as farmácias que venderam os medicamentos de interdição se estas não recolhessem o material. “Se as farmácias de manipulação não entregassem, eles iriam fechá-las. As farmácias foram obrigadas a me pedir os remédios e eu me senti intimidada. Então, tive que devolver”, declara Caroline. 

Procurada pela reportagem, a Sesab negou as acusações e classificou a denúncia como “mais uma fake news” contra o governo estadual e declarou que o local onde as doações estavam sendo realizadas era inapropriado e não contava com a presença de um profissional indicado. “As equipes de fiscalização impediram a distribuição, em virtude do local não possuir farmacêutico, nem alvará sanitário”, informa.

Em comunicado que anunciava o início das doações, os organizadores informaram que os kits continham os seguintes medicamentos: Hidroxicloroquina, Ivermectina e Zinco. Fábio Vilas-Boas, secretário da Saúde do Estado da Bahia, justificou a apreensão afirmando que os remédios não têm eficiência comprovada. “Não existe comprovação científica da eficácia desses medicamentos no combate ao coronavírus. Ao contrário do que alguns têm difundido, existem evidências de que os remédios podem fazer mal à saúde”, destaca o secretário. 

O secretário também pontuou que os medicamentos do kit são controlados e só devem ser liberados com receita. Ainda no vídeo, a médica afirma que os cidadãos que receberiam as doações tinham receitas adquiridas no “postinho”.

* Com supervisão da subeditora Fernanda Varela