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Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2019 às 20:26
- Atualizado há 2 anos
Mesmo sem quórum no Congresso boliviano, a senadora de oposição Jeanine Áñez, do Movimento Democrata Social e segunda vice-presidente do Senado, declarou-se nesta terça-feira (12) como presidente da Bolívia. A bancada majoritária do Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales, não estava presente. >
"Assumo de imediato a Presidência do Estado e me comprometo a tomar todas as medidas necessárias para pacificar o país", afirmou Áñez. O cargo estava vago desde a renúncia de Morales, no domingo, após pressão de manifestantes e um ultimato de militares.>
A oposição tentou ao longo do dia reunir o Congresso para aceitar de maneira formal a renúncia de Morales e eleger o sucessor seguindo a Constituição. Por falta de quórum, a sessão foi adiada por duas vezes. No Senado, depois de duas horas esperando que se chegasse ao quórum, Áñez fez o anúncio.>
Os senadores do MAS afirmaram que pretendiam comparecer, mas não tinham condições de segurança para chegar lá, por conta dos protestos. Não havia na sessão os 19 dos 36 assentos necessários.>
Apoiadores de Morales entraram em confronto com opositores convocados por Luis Fernando Camacho, líder da ala radical da oposição, em frente à Assembleia Legislativa Plurinacional, o Congresso. >
A linha sucessória após renúncia de Morales e do vice seria os presidentes do Senado e da Câmara, mas ambos também entregaram os cargos. A Constituição boliviana determina uma nova eleição em até 90 dias nesse caso, mas é preciso que um presidente conduza o processo. >
Pelo Twitter, mais cedo, Morales celebrou a ausência dos parlamentares de seu partido. Ele está exilado no México. “Felicito a nossas irmãs e irmãos deputados do MAS-IPSP por agir com unidade e dignidade para rejeitar qualquer manipulação da direita racista, golpista e entreguista. Permanecemos unidos na defesa da democracia, do Estado de Direito, da vida e da Pátria”, afirmou.>
A líder da bancada do MAS, a deputada Betty Yañíquez, falou das dificuldades para chegar ao Congresso. "Solicitamos as mais amplas garantias para poder sessionar porque é de conhecimento público que nos arredores da praça [Murillo] continuam as barricadas", disse, ainda à tarde. "Vamos trabalhar sob o guarda-chuva da Constituição. Vários deputados, senadores, querem chegar para trabalhar pela Bolívia, para trabalhar pela viabilidade constitucional, mas não estão conseguindo porque há diferentes bloqueios em suas regiões".>