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Eles vieram da Europa em voos fretados
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 07:50
- Atualizado há um ano
Maior capital do Nordeste, Salvador é um dos destinos obrigatórios para quem gosta de praia, mar e sol. E foi justamente em busca do clima tropical, com suas temperaturas sempre acima dos 30 °C, que um grupo de mais de mil turistas portugueses desembarcou, ontem, na capital baiana. Vindos das cidades de Lisboa e Porto, em três voos charters, os turistas intensificam o fluxo turístico no estado nesta época do ano e lotam alguns dos principais resorts do Litoral Norte baiano.
Depois de mais de oito horas de voo, a portuguesa Luciana, 25 anos, foi uma das primeiras a desembarcar, ontem, às 14h50, no aeroporto internacional de Salvador. Ela não conseguiu esconder o sorriso quando atravessou o portão de desembarque e recebeu de uma baiana, que estava recepcionando os turistas, uma fitinha do Senhor do Bonfim. O adereço foi logo amarrado em seu pulso, e como manda a tradição, a cada nó ela fazia um pedido.
A jovem desembarcou na companhia da mãe, Vera, do pai, Júlio, e da irmã, Leonor. Eles vieram passar a última semana do ano no Litoral Norte, aproveitando a semana de férias comum a todos os membros da família. “Não estávamos procurando exatamente o Brasil, mas escolhemos aqui porque as datas foram compatíveis, e queríamos calor”, disse Luciana, que não quis informar o sobrenome da família.
Esta é a primeira vez eles visitam a Bahia. Segundo Vera, ouviram “maravilhas” sobre o estado e estão ansiosos pelas praias e passeios para conferir as belezas naturais. Julio está animado para provar a comida baiana. “Quero muito provar as cervejas, cachaças e frutas”, afirmou.
A professora Carla, 39 anos, que também visita o Brasil pela primeira vez, conta que irá aproveitar a viagem não só para passar o Ano-Novo em um lugar diferente, mas também para comemorar o seu aniversário, hoje. Ela, o marido, José, 39 anos, e a filha, Leonor, 10, vão celebrar a chegada de 2019 em um resort, na praia de Guarajuba. “É o primeiro Réveillon que passamos com calor e com sol, nunca fizemos isso antes. Lá em Portugal é sempre frio e chuvoso”, contou José, que preferiu omitir o sobrenome.
Empolgação Já Evelino Santos, 67 anos, diz que já esteve muitas vezes no Brasil, mas nunca na Bahia. Ele trabalha em uma empresa produtora de azeite e conta que, pelo menos duas vezes por ano, atravessa o Atlântico e vai para o Rio de Janeiro ou São Paulo. Faz isso há pelo menos 20 anos. Acompanhado da esposa, Evelino está empolgado para passar esses dias na Bahia. “Meu filho esteve aqui há um tempo atrás e recomendou muito, então aqui estou pela primeira vez. Vou passar o Ano-Novo com alegria em um país que eu gosto e que fala a minha língua”, comemorou.
O grupo de turistas portugueses permanece na Bahia até a próxima quarta-feira, dia 2. A conexão entre terras soteropolitanas e portuguesas se intensifica agora no final do ano, quando o aeroporto de Salvador passa a ser ponto de embarque e desembarque dos tradicionais voos charters . Os voos charters têm frequências não regulares oferecidas pelas companhias aéreas a partir da identificação de uma demanda específica para uma cidade. Eles podem ser fretados por grupos ou abertos para livre comercialização.
Estimativas De acordo com Secretaria Estadual do Turismo (Setur), este ano, as empresas aéreas irão oferecer 1.770 voos extras para a Bahia, o que representa um crescimento de 12% em relação a 2017. Do exterior, além dos portugueses, vão desembarcar por aqui, principalmente, argentinos, franceses, italianos, chilenos e alemães. Além de Salvador, a lista dos destinos mais disputados inclui ainda Porto Seguro, Praia do Forte, Cairu e Chapada Diamantina. Ainda segundo a Setur, para este Verão são esperados cerca de seis milhões de turistas.
A realização de grandes eventos também tem ajudado a impulsionar o turismo no estado. É o caso, por exemplo, do Festival Virada Salvador 2019, promovido pela prefeitura. Graças ao evento, a ocupação da rede hoteleira da capital chega a quase 100%. A receita esperada é da ordem de R$ 500 milhões.
*integrante da 13ª turma do programa CORREIO de Futuro, com supervisão do subeditor Geraldo Bastos