Milhões de sóis nos passeios do mundo

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  • Kátia Borges

Publicado em 22 de dezembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Então é Natal. Mas este será diferente. Peço um segundo de sua atenção para estarmos juntos, mais uma vez, antes que 2019 termine – no próximo domingo, tecnicamente, já estaremos na primeira semana de 2020. Foi exaustivo emocionalmente, concordo. Mas é impossível irmos à ceia e aos presentes, sem pensar nos que ficaram (no que ficou) pelo caminho. Sem pensar no que teremos pela frente.

Então peço que voltem a cabeça corajosamente. Como o Anjo de Paul Klee, como o Sankofa da filosofia africana. Este Natal será diferente. De longe, nos chegam notícias que assustam. Aqui, bem perto, nossos corações também foram sacudidos dia após dia. Indignações seletivas, coletivas, loucuras estratégicas, injustiças, extermínio. E o espanto de ver que algumas diferenças são mesmo irreconciliáveis.

Sigamos, talvez um pouco mais sozinhos. Não esperem por menos, em 2020. Mas mantenham a esperança. Cansa explicar o que é humanismo, esclarecer que todos nós estaremos vulneráveis enquanto qualquer um de nós for vulnerável. Então apenas peço que pensem nas crianças e naqueles que, por sua cor, por seu gênero, por sua etnia, por sua situação social, vivem à mercê dos discursos de ódio.

Não nascemos para isso. Somos seres humanos. Que seja nossa missão desenhar com giz milhões de sóis nos passeios do mundo.