Mineração investiu R$ 1,4bi em pesquisas de áreas na Bahia

Estado se destaca nacionalmente na busca por novas áreas de produção

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 10 de dezembro de 2021 às 18:00

- Atualizado há um ano

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A Bahia foi o estado brasileiro que mais investiu em pesquisa mineral entre os anos de 2017 e 2020. Neste período, foram aplicados R$ 1,4 bilhão na busca por novas áreas com potencial para a mineração. Somente no ano passado, foram R$ 600 milhões em áreas com potencial de produção. Estes números explicam o desenvolvimento que vem sendo alcançado pela atividade no estado, que vem se consolidando como o terceiro principal estado minerador do país, atrás apenas de Minas Gerais e do Pará. 

As perspectivas para a mineração baiana nos próximos anos foram o tema do encontro CBPM e IBRAM convidam, realizado nesta sexta-feira no auditório da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), com a presença de empresários e autoridades do setor. 

O potencial de crescimento da Bahia no setor mineral foi destacada por Flávio Penido, presidente do Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram).“Nós temos na Bahia mais de 40 substâncias minerais sendo produzidas, é um estado de uma diversidade geológica fantástica”, ressaltou, lembrando que a Bahia é o terceiro estado em faturamento do setor mineral no país, cenário que se repete em relação à arrecadação da Cfem (royaltie pago pela atividade mineral no país)”, destacou. Anualmente, a Bahia exporta 1,4 milhão de toneladas de minérios, destacou Penido, lembrando que a uma tendência de crescimento nestes números com novos projetos entrando em operação nos próximos anos. “Cada vez mais a Bahia vai despontar como um grande produtor mineral e eu tenho certeza de que até mesmo os baianos vão ser surpreendidos com o que se anuncia para a atividade aqui”, disse Penido. 

Este ano, entre os meses de janeiro e outubro, foram criadas pouco mais de 1,3 mil novas vagas diretamente ligadas à mineração. Com isso, a atividade é responsável por um total de 15 mil postos de trabalho diretos e por pouco mais de 160 mil diretos e indiretos, de acordo com dados apresentados pelo presidente do Ibram. 

O vice-governador e secretário estadual do Planejamento, João Leão, contou que prospecções de áreas ao longo do traçado da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), pela CBPM e por empresas como a Companhia Vale do Paramirim, apontaram potencial para a produção de minerais como ouro e ferro.“Eu tenho certeza de que a Bahia será o estado brasileiro que mais vai se desenvolver no setor mineral nos próximos anos”, apontou. O presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm, destacou o desempenho da mineração baiana neste ano. “É importante dizermos que o ano foi feliz para a mineração, apesar da pandemia e de tudo o mais”. Ele destacou a valorização nos preços das matérias-primas produzidas pela atividade e a valorização do dólar em relação ao real, o que potencializou as exportações brasileiras.  

Em relação à CBPM, os destaques ficaram para a realização de seis licitações de áreas. No ano que vem, a empresa estadual planeja outras cinco licitações.“A mineração tem uma presença forte no estado, com mais de 15 mil empregos diretos, uma contribuição na área econômica e financeira muito forte, com expressivos valores recolhidos”, ressaltou Tramm. “As perspectivas para o próximo ano são alvissareiras para o próximo ano”, acredita. Como exemplos, ele citou receitas pagas pelo setor mineral para alguns municípios. Em Itagiba, são aproximadamente R$ 25 milhões por ano gerados direta e indiretamente aos cofres públicos municipais. No caso de Jacobina, são R$ 23 milhões, em Juazeiro R$ 16 milhões, enquanto Caetité e Jaguarari contam com R$ 15 milhões gerados pela atividade. 

“A importância da mineração para os municípios vai além da Cfem (royalties pagos pela atividade), normalmente a atividade é a grande empregadora nos locais onde se instala. Isso cria uma circulação de renda. Esses trabalhadores consomem no comércio da local, utilizam os serviços na área de educação e saúde e movimentam a economia”, enumera. Além disso, acrescenta Tramm, a  média salarial da atividade chega a ser três vezes maior que o mercado costuma pagar.  

Tramm destacou ainda a entrega do Prêmio CBPM deste ano, concedido à Yamana Gold, como empresa de mineração, e ao vice-presidente da empresa no Brasil e Argentina, Sandro Magalhães, como personalidade. O processo de escolha se deu por voto popular. A entrega do prêmio está prevista para a próxima sexta-feira (17). 

O secretário nacional de Geologia, Mineração e transformação Mineral, Pedro Paulo Dias, destacou o volume de investimentos estrangeiros que estão previstos para a mineração como um sinal de confiança na condução da atividade no Brasil.“Estão previstos até 2025 um volume de R$ 200 bilhões na atividade e isso demonstra confiança na capacidade do país de atrair e desenvolver novos investimentos”, ressaltou. “Há um entendimento de que o Brasil é capaz de oferecer segurança para o investidor”, disse. Entretanto, Pedro Paulo acrescentou ainda que grande parte dos investimentos são de empresas que já atuam no país, com muitas unidades de produção sendo ampliadas. Para ele, este é um sinal de que há espaço para mais investimentos novos e para atrair novas empresas.