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Uso de área em estaleiro para movimentar ferro foi antecipada pelo jornalista Donaldson Gomes
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2020 às 22:30
- Atualizado há um ano
O dia 31 de julho de 2020 vai ficar para a história do moderno complexo naval, portuário e industrial da Enseada, em Maragojipe, no Recôncavo baiano. Na manhã desta sexta-feira, o navio Star Athena, de bandeira Norueguesa, atracou no Terminal de Uso Privativo (TUP) da Enseada para receber o carregamento de 44 mil toneladas de minério de ferro baiano. A operação de carregamento está prevista para ocorrer até o próximo dia 5 e marca o início das operações portuárias no TUP da Enseada.
A utilização da Enseada por empresas do setor mineral baiano foi antecipada pelo jornalista Donaldson Gomes em reportagens para o Jornal CORREIO. Além da Brasil Iron, que movimenta a carga atual, a Bamin anunciou que pretende escoar 800 mil toneladas de minério de ferro por ano a partir de Maragogipe.
Para o diretor Industrial da Enseada, Mário Moura, a operação certificará o complexo industrial, portuário e naval baiano como um importante player nacional para operações logísticas seguras e eficientes. “Estamos oferecendo a Bahia mais uma alternativa para escoamento de suas riquezas, um TUP com posição privilegiada, águas abrigadas e calado profundo”, revelou Moura.
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O navio Star Athena é um transportador de granéis construído em 2012 e com capacidade de carga de 57809 toneladas. Possui calado de 6,5 metros, comprimento total de 189,99 metros e largura de 32,26 metros. Após o carregamento, a embarcação segue com as 44 mil toneladas de minério baiano para a China.
“Esta retomada das operações do Estaleiro Enseada é muito importante para a economia baiana, gerando impacto positivo na nossa balança comercial. Tivemos reunião hoje com o presidente do Estaleiro, Maurício Almeida, e estamos discutindo, inclusive, a utilização do equipamento como terminal de granéis líquidos, para a fabricação de torres eólicas e navios, desmonte de grandes navios e manutenção de plataformas e embarcações, além de seu uso como porto para o escoamento de grãos”, destacou o secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro.
“Tínhamos uma reunião com o Porto de Barcelona, que estava agendada para 18 de março, além da recepção de uma missão de empresários espanhóis para prospectar novas oportunidades de negócios para o Estaleiro. Veio a pandemia e tivemos que adiar esta agenda que vamos retomar com todo vapor, assim como a negociação com outros parceiros do exterior”, contou Pinheiro.
Para o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, o reaquecimento de atividades da Enseada é estratégico para o setor naval, portuário e para a mineração baiana. “A Bahia é líder nacional na produção de 11 bens minerais, temos a perspectiva de crescimento do segmento mineiro com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), de um lado, e, agora, com o estaleiro, do outro lado. Este é o maior estaleiro do país, que já foi celeiro de oportunidades e gerou mais de 7 mil empregos. Estamos prospectando novas províncias minerais, por meio da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), e esse conjunto de ações vai contribuir significativamente com a retomada do desenvolvimento em nosso Estado”, afirmou.
“A Enseada será uma ferramenta importante para a geração de emprego e renda para a Bahia durante processo de retomada das atividades econômicas no período pós-pandemia. A construção da ponte sobre o Rio Baetantã, em Maragogipe, pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Infraestrutura, facilita o transporte das cargas que seguem em direção ao terminal. Agora, o deslocamento dos produtos que embarcarão do estaleiro será facilitado”, destaca o secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti.