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Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2020 às 10:09
- Atualizado há 2 anos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta quarta-feira (29) a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal. A decisão é liminar e atende a ação movida pelo PDT.>
Ramagem substituiria Mauricio Valeixo, em troca de comando que foi um dos motivos citados pelo ex-ministro Sergio Moro para sua saída do governo de Jair Bolsonaro. >
Na decisão que suspende a nomeação, o ministro cita as denúncias feitas por Moro ao se demitir e afirma que pode ter ocorrido desvio de finalidade na escolha de Ramagem, sem observar os "princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público".>
Moraes também destaca que Bolsonaro, segundo Moro, queria "ter uma pessoa do contato pessoal dele" no comando da PF para que pudesse "ligar, colher informações, colher relatórios de inteligência".>
"Diante de todo o exposto, nos termos do artigo 7º, inciso III da Lei 12.016/2016, DEFIRO A MEDIDA LIMINAR para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de 28/4/2020, Seção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal", diz trecho do despacho.>
Ramagem é amigo da família Bolsonaro e um nome que agrada aos filhos do presidente, especialmente Carlos. Ao entregar o cargo, Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal, tirando sua autonomia de investigação.>