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Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2021 às 10:37
- Atualizado há 2 anos
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a usar dados de duas operações ligadas à Lava Jato no Rio em uma apuração preliminar que levou a pedido de inquérito contra o colega Dias Toffoli. A informação é da Folha de S. PAulo.>
As informações sofram usadas em relatório da Polícia Federal recomendando investigar suposto crime de corrupção por venda de decisões do ministro. >
Antes da permissão de Fachin, o juiz Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, negou o compartilhamento, alegando que envolvia pessoas com Foro. O procurador-geral da República, Augusto Aras, também se manifestou contra, já que a PF não indicou quem eram os investigados.>
Fachin concordou com a PF, que argumentou que o acordo de colaboração de Sérgio Cabral prevê em cláusula o uso de informações coletadas nas operações contra o ex-governador do Rio. Esse material foi usado em pedidos de 20 inquéritos para apurar suspeitas de crimes cometidos por pessoas que têm foro privilegiado.>
Três dias depois da decisão de Fachin, diz a reportagem, a PF fez um relatório com documentos da operaço que os delegados entendem que confirmam a acusação de Cabral de que o ministro recebeu R$ 3 milhões para beneficiar Antonio Francisco Neto (MDB), prefeito de Volta Redonda (RJ).>
O ex-secretário de Obras do Rio, Hudson Braga, foi o responsável por operacionalizar os pagamentos a Toffoli, diz a PF. Ele se reuniu várias vezes com José Luiz Solheiro, que teria intermediado o contato entre o ex-governador e o ministro, através da mulher, a advogada Roberta Rangel. >
Os registros mostram também encontros entre o ex-governador Luiz Fernando Pezão com Toffoli. Cabral diz que seu sucessor era próximo do prefeito de Volta Redonda.>
Outra situação relatada pela PF é a suspeita sobre uma decisão que suspendeu a cassação da então prefeita de Bom Jesus de Itapoana, Branca Motta (MDB). Essa transação teria rendido R$ 1 milhão a Dias Toffoli.>
Em e-mail de 18 de novembro de 2015, Branca pede apoio a Cabral para a fase final do seu processo no TSE. Um ano antes, Toffoli havia concedido uma liminar que suspendia a cassação imposta pela Justiça Eleitoral do Rio, mas o processo seguiu. >
Toffoli nega ter conhecimento dos fatos citados e afirma não ter recebido propinas para tomar decisões. Fachin, na sexta, acatou a posição da PGR e proibiu a PF de investigar Dias Toffoli, mas na apuração preliminar ele liberou o uso do material.>