Missa em homenagem ao padroeiro de Salvador é realizada no Centro Histórico

A celebração foi presidida por Dom Murilo

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  • Nilson Marinho

Publicado em 10 de maio de 2018 às 15:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/CORREIO

Talvez você nem o conheça, tampouco sabe da sua história, mas a ele foi atribuída, segundo os mais católicos da epóca, a graça de livrar este povo da peste que assolava a cidade por volta do século 17. São Francisco Xavier é o padroeiro de Salvador e, nesta quinta-feira (10), é o dia que os fiéis o louvam. Na Igreja de São Pedro dos Clérigos, no Terreiro de Jesus,  o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, presidiu uma missa em homenagem ao santo.

A aposentada Clarice Pinheiro, 69 anos, saiu cedo do bairro de Stella Maris, já que tinha um compromisso no Centro Histórico. Por vezes, passou em frente à Igreja de São Pedro mas sempre a encontrou fechada. As portas abertas na manhã desta quinta-feira chamou atenção de Clarice que, curiosa, decidiu entrar no templo religioso. 

São Franscisco Xavier era conhecido pela aposentada apenas por nome, mas ela nunca havia ficado frente a frente com a imagem do santo, embora soubesse que ele é padroeiro da cidade. "Eu passei e pensei: 'a igreja aberta a essa hora?'. Entrei por um acaso. O santo em si, o nome, eu já havia escutado, mas a sua figura e história eu não conhecia", conta a aposentada.

São Francisco Xavier, conta dom Murilo, viveu no século 13. Foi um homem valente e determinado que tinha um compromisso com a Igreja Católica: a de expandir a palavra de Deus. Honrou com o seu tratado e morreu fazendo o que havia prometido. Desembarcou para evangelizar na Índia e no Japão, morrendo em terras chinesas exercendo sua função de missionário. (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) "Foi um homem que dedicou sua vida para evangelizar, especialmente no Japão e nas comunidades da Ásia. Quando ele quis entrar na China, faleceu nas portas de uma cidade, muito cedo, com 44 anos", conta o arcebispo.

Foram os jesuítas, conta ainda dom Murilo, que trouxeram para terras baianas a história de São Francisco Xavier. Por aqui, os casos de peregrinação e valentia foram usados para animar os soteropolitanos quando eles precisaram de fé para enfrentar uma epidemia de peste bubônica. Foi com o santo que boa parte dos católicos da cidade se apegou para ficar imune à doença. 

"Os jesuítas ensinaram ao povo baiano a recorrer a ele, o pedindo proteção contra a peste, porque não havia remédio e nem vacinas. A peste foi superada e a população prometeu uma coisa: homenageá-lo no dia 10 de maio", acrescenta dom Murilo.

A aposentada Deraldina Gomes, 64, é chegada a outros santos. Senhor do Bonfim e São Lázaro, em especial. Mas nas horas de maior sufoco, vale recorrer a qualquer um. O pedido não foi para ela, mas para o sobrinho que está desempregado há um bom tempo. "Primeiramente Deus, depois os santos. Mas tenho fé que meu sobrinho, que tenho como filho, será empregado", diz confiante a aposentada. 

*Sob supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier