Missa marca reinauguração da Basílica do Senhor do Bonfim

Veja detalhes de como ficou o novo templo

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  • Eduardo Dias

Publicado em 24 de maio de 2019 às 15:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Devotos, baianos e turistas já começaram a desfrutar da nova capela e altar-mor da Basílica Santuário do Senhor do Bonfim. A inauguração oficial, após 10 meses de obras, aconteceu nesta sexta-feira (24).

A reabertura do local foi marcada por uma missa ministrada pelo padre Edson Menezes, pároco do templo, e que contou com as presenças do prefeito ACM Neto e do vice-prefeito e secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Bruno Reis.

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A restauração incluiu a recuperação da capela-mor, cobertura, restauração do retábulo do altar-mor e do forro, inclusão de escada atrás do nicho e instalações elétricas, além das portas de acesso às sacristias, tribunas, molduras dos óculos do forro e pilastras decoradas. Apesar da inauguração do altar, a imagem de Senhor do Bonfim só será recolocada no local no dia 9 de junho, dia de Pentecostes.“Aqui será uma referência da devoção e da fé. E olha como está a beleza do nosso altar”, disse padre Edson, que agradeceu pelas obras.As intervenções na parte interna da Basílica receberam investimento de R$ 649 mil. Parte dos recursos é investimento da prefeitura, com participação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O restante é fruto de emenda parlamentar do ex-deputado federal José Carlos Aleluia. Todo o processo de restauração foi acompanhado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e pela Fundação Gregório de Mattos (FGM).

Durante a missa, ACM Neto destacou a importância da Basílica para reforço da fé e para estimular a economia de Salvador, através do turismo religioso. “A igreja do Bonfim é um patrimônio do Brasil, mas, sobretudo, um patrimônio dos baianos, da nossa fé e da nossa religiosidade. É também um elemento econômico muito importante para Salvador. Por isso, a prefeitura vem fazendo investimentos massivos para estimular o turismo religioso na cidade”, garantiu.

O gestor municipal disse ainda que haverá uma revitalização de todo o entorno da Igreja do Bonfim, desde a implantação do Caminho da Fé até a integração do Santuário Irmã Dulce com a Igreja do Bonfim, além da conclusão das obras de recuperação da Colina Sagrada.“Em pouco tempo, nós vamos ter, na Cidade Baixa, um incremento muito grande. Com o processo de canonização e reconhecimento de Irmã Dulce como santa, além da restauração da igreja, que ficou muito bonita com seu novo altar inteiramente restaurado, tudo isso reforça ainda mais a importância desse patrimônio para os baianos, para a fé”, disse o prefeito.Presente na cerimônia, Aleluia ressaltou o sentimento de alegria ao participar da missa. “Alegria. Ver a fé cristã nos emociona. Eu fui criado em família religiosa, então, quando estava na celebração imaginei a alegria que a minha mãe, já falecida, estaria sentindo. É importante no ponto de vista artístico, cultural e religioso”.

Encantados A Basílica do Senhor do Bonfim é um símbolo de fé para os baianos e um dos pontos turísticos mais visitados na capital. O museu da igreja é um dos únicos que possibilita ao visitante subir na torre para apreciar a vista panorâmica e fazer registros fotográficos.

Para a aposentada Neiva Barbosa, 71 anos, que há 20 faz parte do ministério de comunhão da igreja, o interior do Basílica ficou muito mais bonito após a restauração. Ela conta que antes, o altar destinado à imagem do Senhor do Bonfim estava com goteira e que, nos dias de chuva, o espaço ficava encharcado.“Agora está tudo muito bonito, com uma pintura nova, ficou muito bom. A gente tem que mostrar o que temos de melhor para os turistas e visitantes. A igreja é conhecida internacionalmente e tem que ser como a nossa casa, que sempre arrumamos quando recebemos visitas”, contou Neiva.Já a Irmã Anna Freitas, 85, voluntária na Igreja do Bonfim há 11 anos, destaca que a aparência do santuário ficou renovada após a restauração. “Essa é uma ação de atenção com a casa de Deus, onde está o Santíssimo Sacramento, e um cuidado especial com as pessoas que frequentam o local. Aqui está todo mundo feliz, a comunidade está toda feliz com essa reforma, que serve também para atrair mais visitas de fiéis e turistas”, disse.  

Um dos mais animados com o novo espaço era o aposentado e morador do bairro do Lobato, José Martins, 70, que é devoto de Senhor do Bonfim. “Mudou da água para o vinho, a diferença de antes para hoje é muito grande, ficou muito melhor, mais bonita. Quem já veio antes da reforma, com certeza notou uma igreja e todo o entono dela reformado”, afirmou José, que toda sexta-feira marca presença nas missas matinais.   José é devoto e ficou emocionado com o novo altar-mor (Foto: Marina Silva/CORREIO)  Outras intervenções Em janeiro deste ano, a prefeitura entregou a primeira etapa da requalificação da Colina Sagrada. A Praça do Largo foi ampliada, dando a sensação de continuidade das escadarias da igreja. Toda a pavimentação do local passou a ser composta por mosaico e grafismos marcados no piso em pedra portuguesa. Novos mobiliários, ordenamento do trânsito e dos ambulantes, paisagismo e iluminação em LED também foram aplicados na praça.

Prevista para ser entregue no mês que vem, a segunda etapa das obras envolve a Praça Euzébio de Matos, também conhecida como Baixa do Bonfim. Haverá redesenho da área, que ficará integrada aos arcos da Ladeira do Bonfim. Com isso, haverá a reativação dos vãos dos arcos – os locais vão servir para atividades comerciais e de serviços.

Um pequeno palco para realização de eventos pela comunidade será instalado no centro da área de convivência e lazer. Parte da área será destinada à criação de um estacionamento público, incluindo baias para ônibus e vagas para vans e motocicletas, para atender à demanda das vagas excluídas no Largo do Bonfim.

A ligação entre as partes alta e baixa da Colina Sagrada ocorrerá por meio de rampas e escadarias que serão reposicionadas com acessibilidade universal. O investimento nas duas etapas é de R$ 11,5 milhões.

*Com a supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier