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Missa vazia celebra dois anos de canonização de Santa Dulce dos Pobres

Padre lamentou 600 mil mortos pela covid-19 e comemorou mais de 100 milhões de brasileiros imunizados

  • Foto do(a) author(a) Daniel Aloísio
  • Daniel Aloísio

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 09:08

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Daniel Aloisio/CORREIO

Ainda não está tudo liberado, mas os protocolos sanitários da pandemia não pediam que tantos lugares estivessem desocupados numa missa tão importante. Foi o povo que resolveu não aparecer mesmo nesta quarta-feira (13), às 8h30, no Santuário Santa Dulce dos Pobres, para a celebração dos dois anos de canonização da primeira santa católica nascida no Brasil. 

Em 2020, quando a pandemia estava mais severa e ainda não existia vacinação, apenas 228 fiéis participaram dessa mesma celebração, que teve a presença de três padres e do maestro José Maurício Moreira, 50 anos, o protagonista do segundo milagre de Santa Dulce oficialmente reconhecido pelo Vaticano. Houve quem tivesse que aguardar o fim da missa do lado de fora da igreja, para só assim visitar o santuário, por causa da lotação do espaço.

Já agora, numa missa com as mesmas características festivas, um segurança até fazia o controle da entrada das pessoas no santuário e media a temperatura dos fiéis, mas ele não seria necessário. "A expectativa é que as missas de agora de tarde sejam mais lotadas. Talvez por ser dia de semana e um dia depois do feriado o que tenha afastado as pessoas", lamentou um funcionário das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), que preferiu não ser identificado. 

Para o frei João Paulo, o único padre que esteve presente nessa missa das 8h30, a lotação da igreja não era problema. "Estamos aqui para render graças, pois Deus nos presenteou em 2019 com essa canonização. Afinal, como passaríamos tudo o que vivemos em 2020 sem a presença de Santa Dulce?", questiona o padre, fazendo referência ao fato de que a canonização no Vaticano ocorreu pouco mais de cinco meses antes do início da pandemia de covid-19.

O frei também recordou que essa doença já vitimou mais de 600 mil pessoas em todo o Brasil, mas também que foi alcançado a marca de 100 milhões de brasileiros imunizados com as duas doses ou dose única da vacina. "Não poderia ser diferente. Ela que sempre acreditou na ciência, que sempre apoiou o trabalho hospitalar, da saúde pública, nos deu esse presente", disse, durante a homilia da Missa. É que as Osid foram uns dos locais que teve teste para a produção da vacina da Pfizer, usada em larga escala em todo território nacional.

Ao longo da missa e também durante a manhã, o movimento no santuário foi aumentando e, no final da celebração, os bancos vazios foram ficando mais ocupados. A fiel Lidiana Soares, 45 anos, chegou no final da Missa.  "Eu venho todo dia 13 do mês, pois estou fazendo tratamento contra o câncer e sei que, com fé em Santa Dulce, vou conseguir a vitória", conta.

A professora aposentada Erasma Araujo Nunes, 67 anos, chegou na Missa quando ela já tinha começado. Para "descontar", resolveu ficar por alguns minutos no banco da igreja quando a celebração já tinha terminado. "Foi muito difícil passar esses dois anos por causa da pandemia. Então, eu agradeço a Santa Dulce, pois é a ela que recorro nos momentos de pânico e aflições", conta.

A superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Maria Rita Pontes, presente na missa das 16h, aponta ainda que a pandemia não foi motivo para a devoção ter diminuído. "A canonização resultou em um aumento na devoção à Santa Dulce, com manifestações em todo o Brasil e, no estado da Bahia, com a maior quantidade de capelas e paróquias dedicadas a Santa. Mesmo com a pandemia, a gente sente que as pessoas puderam se conectar conosco, fiéis, nas celebrações, mesmo à distância, e nos alegra muito saber que essa sementinha do 'Amar e Servir' está sendo espalhada".

Programação  Além das Missas que ocorreram pela manhã,  o Santuário Santa Dulce dos Pobres, na Avenida Dendezeiros do Bonfim, vai ter Missas às 12h e 16h. Haverá também a pré-estreia do documentário “A Luz na Escuridão”, que conta a história do milagre que canonizou Irmã Dulce, nesta quinta-feira (14), às 19h. 

Para participar da sessão, deve-se retirar o ingresso na secretaria do Santuário, entre os dias 07 a 13 de outubro, mediante a troca de 1kg de alimento não perecível. A aquisição do ticket pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h e das 14h às 18h. Todo alimento arrecadado será utilizado na produção de quentinhas que serão distribuídas à população em situação de rua.  O documentário é produzido pela Mandacaru Filmes e dirigido por Toni Couto. 

Além do diretor da obra, a pré-estreia contará com a presença do miraculado José Mauricio; de profissionais da instituição; e de devotos e demais admiradores da vida e obra de Santa Dulce dos Pobres. O documentário foi contemplado pelo Edital de Arranjos Regionais do Fundo Setorial para o Audiovisual (FSA), através da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT-BA), na chamada pública realizada em 2016.

*sob supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro e com colaboração de Luana Lisboa