Mobilidade ativa: Bike Comunidade chega a Stella Maris e Praia do Flamengo

Mais 8 bairros receberão o projeto até o fim do ano; Massaranduba e Rio Sena são os próximos

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  • Wendel de Novais

Publicado em 24 de outubro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Instalado há apenas duas semanas em Stella Maris e Praia do Flamengo, o projeto Bike Comunidade caiu no gosto de quem conheceu. Moradores e até donos de mercados, que querem utilizar as bikes para entrega curtas, já agilizam o processo de cadastro para poder pedalar.

Iniciativa do projeto Salvador Vai de Bike, da Empresa de Turismo Salvador (Saltur), a ação é coordenada pela  Associação de Moradores da Praia do Flamengo e de Stella Maris (Flamaris). O cadastro, apenas para moradores, é feito com apresentação de RG, CPF) e atestado de residência. 

Os moradores que solicitarem as bikes podem ficar com elas por até uma semana. Já  os mercados, por conta do uso contínuo, podem ficam com as azulzinhas, como são carinhosamente chamadas, por mais tempo. Não há taxa de pagamento da utilização, cada morador pode contribuir com o que achar justo para manutenção do posto. Para pegar bicicletas, moradores precisam se cadastrar na associação (Foto: Arisson Marinho) Pedalada que transforma

 Mesmo com pouco tempo de funcionamento, o projeto mudou a rotina da estudante  Ana Luiza Serbake, 21 anos . “Antes, eu quase não saia de casa e, com as bikes à disposição, posso  realizar atividades de maneira simples e com prazer”, conta.

Ana Luiza também cita o aspecto da sustentabilidade e o perfil dos moradores da região ao opinar sobre a pertinência do Bike Comunidade em Stella e na Praia do Flamengo.  “Além da saúde, acho que é uma ideia muito boa por conta da diminuição de emissão gás carbono. Lá em casa, todo mundo tem essa preocupação com o meio ambiente e adorou a ideia. Acho que tem tudo pra dar certo por aqui porque muita gente utiliza bicicleta”,  acredita. Ana Luiza afirma que o Bike Comunidade já mudou sua rotina (Foto: Arisson Marinho) Quem se encaixa na descrição da estudante é Daniel Menezes, 26, assessor parlamentar, que tem o hábito de andar de bicicleta e já está aproveitando a facilidade que o Bike Comunidade o oferece. Para ele, a chegada do projeto representa um ganho sustentável e econômico para os moradores.  “ Podemos utilizar para ir ao mercado, farmácia e em outras localidades mais próximas sem precisar tirar o carro de casa. Além de ser sustentável, é muito mais barato. Vou ser um usuário frequente”, garante.

 Os proprietários de mercados da região viram no projeto a oportunidade de criar um delivery de bike que, ao mesmo tempo em que gera emprego, corta custos na logística. É justamente esse o pensamento de Mariana Cangussu, 30, proprietária do Mercado Praia de Aleluia, que já solicitou uma bicicleta para fazer entregas na Praia do Flamengo e em Stella Maris. “Além de ser uma boa iniciativa para o meio ambiente, o Bike Comunidade nos dá a oportunidade de investir em modelo de delivery, que é bastante necessário no momento, e gerar emprego porque vamos contratar uma pessoa pra fazer as entregas", declara. Daniel vê nas bikes um meio interessante para deslocamento curtos (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Novo delivery

Segundo Melissa Bukowski, 46, presidente da Flamaris, outros comerciantes já procuraram a associação. “Ficamos felizes com o interesse em fazer da atividade comercial algo menos danoso ao meio ambiente, ao tirar os veículos com alta emissão de carbono do jogo. É justamente isso que queremos, que as bicicletas sejam um meio atrativo para todos”, afirma. O uso ainda não está liberado para os mercados e a associação tenta organizar os pedidos para que o máximo possível de solicitações possam ser atendidas. Mercados querem utilizar bicicletas para entrega nos bairros (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Pra ficar

O projeto que coloca bikes à disposição de moradores para empréstimo não deve parar por Stella Maris e Praia do Flamengo. Segundo Isaac Edington, presidente da Saltur, ainda em 2020, mais postos do Bike Comunidade serão entregues. "Esse é o segundo equipamento que entregamos, o primeiro foi em Itapagipe, antigo Alagados. Antes do o fim do ano, nós temos o objetivo de instalar outros até dez equipamentos em Salvador. Todos eles funcionando no mesmo modelo dos dois que estão funcionando. Nós identificamos parceiros para quem damos uma consultoria técnica e fornecemos as bicicletas, material de identidade visual. A partir disso, o gerenciamento, que nós acompanhamos, fica a cargo da comunidade", informa. Até o momento, dois outros bairros já estão com a garantia de receber são Massaranduba e Rio Sena.

Edington entende que a implantação do Bike Comunidade é mais uma amostra de que a administração de Salvador entendeu a importância das bicicletas para a mobilidade urbana e o aspecto transformador do incentivo ao uso deste meio de transporte.  "Todo sistema cicloviário de Salvador evoluiu. Antes, eram pouco mais de 30 quilômetros para pedalar e, hoje, já ultrapassa 300 quilômetros. Temos plena convicção que a bicicleta é um meio em desenvolvimento econômico e sustentável na cidade e queremos estender isso para as comunidades", diz.

Documentos necessários

- Registro Geral (RG) - Comprovante de Pessoa Física (CPF) - Comprovante de residência (Água, luz, internet…)

Só pessoas das comunidades em que os postos do Bike Comunidade estão instalados podem fazer cadastro e utilizar as bicicletas.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela