Momento de queda vai dar lugar a retomada: ANP aguarda resposta da Petrobras

Expectativa é que definição sobre uso de áreas aconteça até o mês de julho deste ano

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 7 de abril de 2019 às 06:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga

O momento atual é de queda, mas há perspectiva de uma retomada, acerdita o chefe da Coordenadoria de Áreas Terrestres da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), José Freitas. “Estamos descendo a ladeira para embalar e poder subir mais adiante”, acredita. A situação de queda se deve à concentração das áreas de produção com a Petrobras, que vem priorizando a produção no pré-sal, explica. E a expectativa em relação ao embalo acontece justamente por conta da perspectiva de a companhia passar adiante as áreas paradas em um futuro próximo. 

Até 1997, a empresa era a única operadora do mercado brasileiro. Naquele momento, foi realizada a Rodada Zero e a Petrobras manteve 96% das áreas em terra, chamadas onshore. “Desde 2006, com a descoberta do pré-sal, a empresa vive um dilema, porque não tem condições de dar conta das duas coisas ao mesmo tempo”, explica Freitas. Em 2012, a empresa definiu como suas prioridades a produção em águas profundas e no pré-sal, diz. 

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A ANP espera da Petrobras uma definição até julho, de quais são as áreas que ela pretende manter, com investimentos, e quais serão passadas adiante. 

Para o economista Rodrigo Pimentel, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o grande problema é a ausência de uma estratégia para a saída da Petrobras do setor. “Não existe uma estratégia de estado para a saída da Petrobras. Há um problema de escala, que só será resolvido com a definição de políticas públicas”, acredita. 

O secretário executivo da Associação Brasileira dos Produtores Independentes (Abpip), Anabal Alves, tem uma visão diferente. “A Petrobras está focada no pré-sal. Não tem como uma mesma empresa dar conta de universos tão diferentes”, avalia. “Todos os leilões de áreas terrestres sempre foram muito concorridos. Nós só precisamos que uma decisão seja tomada”, afirma.