Moradores de Sete de Abril passam por simulação de emergência

Na comunidade de Bosque Real, 85 pessoas participaram da ação, iniciativa da Defesa Civil

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  • Bruno Wendel

Publicado em 7 de março de 2020 às 12:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Wendel/CORREIO

O relógio de teto marcava 9h quando o alerta ecoou. Britanicamente, a dona de casa Marilda pegou os documentos sobre a cômoda, chamou o marido e o filho e, juntos, abandonaram a casa na manhã deste sábado (7), no bairro de Sete de Abril, em Salvador. Já do lado de fora, debaixo de chuva, eles se juntaram a outras famílias que igualmente foram acionadas pelo sistema de alarme e seguiram o protocolo da Defesa Civil de Salvador (Codesal). 

Apesar da chuva forte, era só um simulado de evacuação na comunidade de Bosque Real. "Foi muito importante porque a gente teve as informações na teoria e falta a prática para a gente ver se de fato estamos preparados para uma fatalidade", declarou Marilda Santos de Jesus, 55 anos.

Ela, o marido e filho moram na Rua Osório Vicente, uma das áreas de risco, e fizeram parte do contingente de 85 pessoas que usaram três rotas de fuga para ter acesso à Escola Municipal Novo Marotinho, onde foi implantado o ponto de apoio da operação."Quando chove assim, ninguém dorme. O medo não deixa, por isso que todo mundo aprovou essa iniciativa da Defesa Civil", disse o marido de Marilda, o vigilante João Santos, 66. A operação realizou testes para retirada rápida de moradores de suas casas, com o objetivo de reduzir danos e preservar vidas em comunidades localizadas em áreas onde é grande o risco de acidentes relacionados ao mau tempo, a exemplo daqueles causados por desabamentos de imóveis e deslizamentos de terra. 

“O objetivo é treinar para que os cidadãos saibam o que fazer no caso de acidentes relacionados à proteção civil, e para que consigamos evitar e minimizar os efeitos da chuva”, explica o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo.

Primeiro a sair Quem também não pensou duas vezes antes deixar a casa foi Bono, um labrador de três anos. "Quando a sirene tocou, ele foi o primeiro a chamar todo mundo para sair. Pegamos os documentos de todos, inclusive a identidade e a carteira de vacinação dele, porque faz parte da família", disse o motoboy Vando de Oliveira, 30, dono de Bono. Ele morou em São Paulo."Já passei por várias situações de risco por lá, mas nunca tive um simulado desse. É a primeira vez", acrescentou.Segundo a Defesa Civil, Salvador tem 11 áreas de risco mapeadas. Este ano já houve simulado algumas localidades, como a do Calabetão. As próximas são Bom Juá, Baixa do Cacau, Vila Picasso e Moscou.