Morre André Catimba, um dos maiores ídolos da história do Vitória

Ex-atacante brilhou no time de 1972 do Leão e também marcou época no Grêmio

Publicado em 28 de julho de 2021 às 15:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: Francisco Galvão/EC Vitória

O ex-atacante André Catimba, um dos maiores ídolos da história da Vitória, morreu nesta quarta-feira (28), em Salvador. Ele tinha 74 anos e, segundo o clube divulgou, a causa foi uma complicação após cirurgia na laringe.

Ao lado de Osni e Mário Sérgio, Catimba foi destaque do trio de ataque mais marcante nos 122 anos de existência do rubro-negro, campeão baiano de 1972. Na final contra o Bahia, o Leão venceu as duas partidas na Fonte Nova por 2x1 e 3x1, tendo André aberto o placar no jogo de volta.

Aquele timaço - escalado na final com Agnaldo, Roberto, Leleu, Válter e França; Luciano e Juarez; Osni, Gibira, André (Marcílio) e Mário Sérgio (Almiro) - encerrou um jejum de sete anos sem conquistar o Campeonato Baiano para o Vitória. O centroavante jogou no clube de 1971 a 1975. Arquivo CORREIO É ídolo também do Grêmio e teve uma passagem muito boa pelo Guarani, apesar de curta, ambas na década de 1970. No tricolor gaúcho, virou herói ao marcar o gol do título estadual de 1977 contra o Internacional, que tentava o nono troféu consecutivo em cima do maior rival.

Na comemoração, André se atrapalhou ao dar uma cambalhota, e o clique do fotógrafo Armênio Abascal Meireles eternizou a cena como a lembrança daquela conquista. Ele é autor também do gol considerado mais bonito do antigo Estádio Olímpico (de bicicleta contra o Esportivo, em 1979) e tem os pés gravados na Calçada da Fama da Arena do Grêmio, inaugurada em 2012, em Porto Alegre. Catimba e a cambalhota após o gol do título gaúcho em um Gre-Nal de 1977 (Foto: Armênio Abascal Meireles/Arquivo Museu do Grêmio) No futebol baiano, o soteropolitano Carlos André Avelino de Lima jogou também no Galícia, no Ypiranga e no Bahia. A trajetória do centroavante nos campos incluiu ainda o Náutico e o Argentinos Juniors, clube onde, já veterano, foi companheiro do jovem Diego Maradona em 1980. Após a aposentadoria, André chegou a treinar o Vitória em 1989. 

O Leão homenageou o ídolo com mensagens no Twitter na qual lembrou a trajetória de André Catimba pelo clube e declarou que "nesse momento de dor, a direção, conselheiros, funcionários, sócios e torcedores do Rubro-Negro expressam os mais profundos e sinceros sentimentos aos familiares e amigos de um dos ícones da história do Vitória e do futebol nacional".

Em mensagem de luto, o Grêmio também se despediu do craque através das redes sociais, assim como fizeram Bahia e Galícia. "Perdemos hoje um dos grandes heróis da nossa história. André Catimba vestiu nossas cores nos anos 70 e tornou-se imortal na conquista do título Gaúcho de 1977, bem como por sua tentativa de cambalhota para comemorar o gol da vitória. Descanse em paz, Catimba", escreveu o clube, seguido de uma mensagem do atual treinador Luiz Felipe Scolari. Curiosamente, Vitória e Grêmio se enfrentaram na noite de terça-feira, pela Copa Brasil. 

Único integrante do trio de 1972 ainda vivo, Osni enviou um depoimento sobre a perda do amigo, a pedido do CORREIO. Contou que uma das últimas vezes em que ele havia visto André foi justamente quando os dois homenagearam Mário Sérgio, falecido em novembro de 2016.

"É com muita tristeza que recebi a notícia da morte do meu amigo, meu companheiro de clube, do grande ídolo do Vitória, do Grêmio, que fizemos juntos o trio atacante da década de 70. Muitos gols feitos por ele, título. Infelizmente, mais um que se vai. E como a vida é dessa maneira, a gente tem que respeitar. Estou muito chateado, muito triste. A última vez que estive com André foi numa homenagem que fizemos - eu homenageando Mário Sérgio Pontes de Paiva naquele acidente com o voo da Chapecoense, e André homenageando Arthur Maia. Depois dali, André esteve comigo pra ser operado do joelho, botou uma prótese, ficou excelente, tudo tranquilo. Agora recebo essa notícia. Não sei ainda qual foi a causa", disse o ex-atacante.