Morre, aos 96 anos, o empresário Antônio de Queiroz Galvão, do Grupo Queiroz Galvão

O sepultamento do engenheiro aconteceu neste domingo (19); familiares e amigos estiveram no local para dar seu adeus ao empresário

  • D
  • Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2020 às 21:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Empresário Antônio de Queiroz Galvão morreu aos 96 anos (Foto: Grupo Queiroz Galvão/Divulgação) Antônio de Queiroz Galvão, fundador do Grupo Queiroz Galvão (QGSA), faleceu, na madrugada deste domingo (19), aos 96 anos. Ele foi vítima de um AVC, por volta da 1h30. Sua morte foi comunicada manhã deste domingo pela QGSA. De acordo com o comunicado, o velório tem início às 12h e o sepultamento será às 17h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana de Recife.

O engenheiro trabalhou no Grupo até os 90 anos de forma participativa. Deixa esposa, sete filhos, 22 netos e 25 bisnetos. O corpo de Antônio de Queiroz Galvão foi velado na tarde deste domingo (19) a partir das 12h no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR). Familiares e amigos estiveram no local para dar seu adeus ao empresário. Em todas as falas, lembravam do jeito simples que conservou ao longo dos anos. Ele saiu de Timbaúba ainda criança para o Recife, onde estudou engenharia, construiu a sua carreira e tornou-se um dos pioneiros da construção civil no País. 

Durante o velório, a neta do engenheiro, Gabriela de Queiroz Galvão falou sobre o legado que o avô deixa em Pernambuco. "A empresa já chegou a empregar 30 mil pessoas. Ele contribuiu muito para o desenvolvimento do Estado. Vovô sempre foi uma pessoa muito simples, honesta e acho que isso fez com que ele também desse esse exemplo para todo mundo. Tanto dentro da família, mas também para as pessoas que trabalharam com ele", comentou. 

Ex-funcionário do Grupo Queiroz Galvão, o engenheiro José Arnaldo Delgado, que trabalhou por 20 anos na empresa, prestou homenagem ao empresário. "Antônio sempre tratou todos da mesma forma, sempre com simplicidade. Sempre muio manso e educado. Em 1996 fui trabalhar no Grupo, passei 20 anos lá e convivi muito próximo de Antônio. Ele construiu um império que dá orgulho a todos os pernambucanos", falou. Segundo José Arnaldo, ele não fazia distinção entre as pessoas, sejam os diretores da empresa ou quem ocupava os menores cargos. "Todos para ele eram importantes", completou. 

O engenheiro Bruno Dourado trabalhou na empresa Odebrecht e conheceu Antônio na época da construção do Aeroporto dos Guararapes, onde as duas empresas trabalhavam em parceria. Bruno comentou da simplicidade do empresário, até quando se tratava dos concorrentes. "Nós tivemos a oportunidade de sermos consorciados à Queiroz Galvão no Aeroporto do Recife e lá pude constatar a real liderança que emanava de Antônio. Um pessoa muito trabalhadora e atenciosa. O legado que ele deixa é de muito trabalho e humildade para a engenharia nacional", disse. 

O presidente do PSDB e deputado federal Bruno Araújo também esteve presente no velório do empresário e comentou sobre o legado que o engenheiro deixa. "Ele é um dos brasileiros mais importantes do últimos 100 anos. Um pernambucano que ajudou a projetar parte relevante desse país. Tivemos pouca oportunidade de convivência, mas convivi e convivo com parte da família. Ele é um dos pernambucos que ajudou a construir esse país", disse.

João Carlos Paes Mendonça, presidente do grupo JCPM e do SJCC, lamentou a morte do engenheiro. "Perde o Estado de Pernambuco e perde o País. Antônio Queiroz Galvão foi uma referência na construção civil, onde começou sua atuação como empresário, estendendo sua participação em outros setores onde atuava com a mesma dedicação", disse. 

Notas de pesar Em nota, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou que recebeu a notícia da morte do empresário "com muito pesar". 

O prefeito de Recife, Geraldo Julio (PSB), em nota, também falou sobre a morte do engenheiro. "Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento do engenheiro e empresário pernambucano Antônio de Queiroz Galvão. Ele foi Diretor de Obras da Prefeitura do Recife e tem sua história de vida ligada ao desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil, sendo responsável por criar a construtora responsável por algumas das principais obras estruturadoras que colocaram nosso estado no caminho do crescimento e pela geração de milhares de empregos. Envio meu abraço e profundo pesar para sua família e amigos", dizia o texto.

João Carlos Paes Mendonça, presidente do grupo JCPM e do SJCC, lamentou a morte do engenheiro. "Perde o Estado de Pernambuco e perde o País. Antônio Queiroz Galvão foi uma referência na construção civil, onde começou sua atuação como empresário, estendendo sua participação em outros setores onde atuava com a mesma dedicação", disse.

O senador Jarbas Vasconcelos (MDB) também disse, por meio de nota, ter recebido com pesar a notícia do falecimento de Antônio de Queiroz Galvão. "Foi um homem simples, honrado, de visão e que criou uma plataforma empresarial de excelência. Tive a oportunidade de tê-lo como amigo e manifesto minha admiração também pela figura humana, serena e equilibrada, qualidades de seu próprio perfil. À sua família meus sinceros sentimentos", afirmou. 

Trajetória Antonio de Queiroz Galvão nasceu em Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, no dia 4 de maio de 1923, filho de um vendedor de secos e molhados, Antônio de Albuquerque Galvão, e de Maria Augusta Galvão. Ainda criança mudou-se com a família para o Recife, onde formou-se em engenharia civil pela Escola de Engenharia de Pernambuco.

Começou a carreira como diretor de Obras da Prefeitura do Recife e, mais tarde, criou, ao lado do irmão Mário, a construtora Queiroz & Galvão Ltda. Os irmãos mais novos, Dário e João, também se tornariam sócios da empresa. Entre as primeiras obras da então pequena construtora, estão o sistema de abastecimento de água de Limoeiro, a ligação rodoviária entre o Cabo de Santo Agostinho e Escada, a pavimentação da BR-101. Sua empresa também liderou a construção da Usina de Belo Monte, o Estaleiro Atlântico Sul e a BR-232. 

A empresa Segundo revela o site da QGSA, os irmãos venderam um Chevrolet antigo, um Jipe e um Ford, com cinco anos de uso, para dar início à empresa, que em princípio realizava pequenas obras de saneamento e pavimentação de estradas. Eram os anos 1950, e o Brasil começava um rápido processo de industrialização.

A entrada no cenário nacional da construção civil foi dada com a conquista de uma grande obra rodoviária no Estado de São Paulo. Nesse período, a sede foi transferida para o Rio de Janeiro, se tornando SA. Entre as várias obras que realizou, estão a Rodovia Transamazônica, a Ferrovia do Aço, as linhas 4 e 5 do Metrô de São Paulo, a linha 4 do Metrô do Rio, a Rodovia Carvalho Pinto, em São Paulo, e a Linha Vermelha, no Rio de Janeiro. Atualmente, o grupo atua na América do Sul, Caribe e África.