Móveis assinados vão além da estética

Os mobiliários também são sinônimos de conforto, história e cultura

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  • Do Estúdio

Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcelo Negromonte
Ambiente da arquiteta Jéssica Araújo, com destaque: Sofá Fenda, por Bruno Faucz; Poltrona Ava, por Índio da Costa; Mesa de Centro Block, por Marcelo Ligieri. por Marcelo Negromonte

Os primeiros móveis do mundo, provavelmente, foram as camas, cadeiras e mesas, criados em uma época onde o mobiliário era uma coisa escassa e reservada para os palácios e mosteiros. Na Idade Média, não há muito registro de interiores por conta da grande quantidade de batalhas e invasões registradas na época. Já no período Barroco, os armários se destacavam com o uso de detalhes, para ostentar riqueza e austeridade.

Se passaram os anos e o mundo viu uma verdadeira evolução dos móveis. Um exemplo é o amigo da família: o sofá. De diferentes formas e tamanhos, ele se destacou quando foi lançado por conta do estofado, uma técnica diferente para época barroca. A coisa se modernizando e, nos anos 60, surgiu, por exemplo, a cadeira Panton, do dinamarquês Werner Panton. A peça, sem encaixe e feita por injeção, é toda em plástico vermelho e empilhável. A sua aparência totalmente futurista marcou o surgimento do design pop, que foi além do funcional, usando e ousando nas cores e materiais que estruturassem novas formas. A cadeira Panton surgiu nos anos 60, com uma proposta futurista e com uso de cores e materiais plásticos (Divulgação). Toda esta transformação tem influência dos designers de móveis. Esses profissionais estudam o comportamento do consumidor, além das luzes, cores e formas para deixar um mobiliário funcional. Possuir um móvel assinado é sinônimo de conforto e estilo, mas vai além. “Cada móvel assinado é resultado de muito estudo e pesquisa por parte do designer, então ele traz força e personalidade à decoração de um ambiente. Além disso, uma peça assinada sempre conta uma história, deixando o local ainda mais interessante e nobre. Um ambiente que conta com esse tipo de mobiliário exala cultura”, ressalta a arquiteta Ana Paula Guimarães, curadora da loja Baú+.

O Brasil possui grandes designers de mobiliário, como os cariocas Índio da Costa e Zanini de Zanine, o mineiro Marcelo Ligieri, o paulista Fabrício Roncca, os catarinenses Bruno Faucz, Larissa Diegoli e Giácomo Tomazzi, além dos paranaenses Daniela Ferro e Ronald Sasson. A Bahia está, geograficamente, distante dos polos moveleiros do Brasil, que ficam situados mais nas regiões sul e sudeste, o que dificulta a participação dos baianos nesse cenário. Porém, o estado se destaca pela força artística e se apresenta desta forma na decoração, através da fotografia e das artes plásticas.

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Apesar da Bahia ficar fora dos polos moveleiros, o consumidor baiano encontra as peças assinadas pelos principais designers brasileiros de mobiliário nas lojas de Salvador, que estão atentas as tendências. A exemplo da Baú+, que tem um processo de curadoria feito por meio de visitas em mostras no Brasil e no exterior. “Os móveis e designers selecionados devem estar alinhados com a proposta da coleção vigente na loja. Alguns dos produtos são, inclusive, desenhados pelos próprios arquitetos curadores, que são do escritório de arquitetura Manarelli Guimarães, e produzidos por nós, sempre objetivando alcançar um conceito próprio e utilizando-se das melhores matérias-primas”, explica Guilherme Miranda, Relações Públicas da Baú.

Tendência para 2019

Living Coral ou, na tradução para o português, Coral Vivo. Esta é a cor do ano de 2019 do Pantone Collor, instituto que, por 20 anos, influencia a criação de produtos e decisões por compras em múltiplas industrias, incluindo a da moda, o design industrial, assim como design de produto, embalagem e design gráfico. Coral Vivo é a cor da Pantone para 2019, que deve influenciar a movelaria e interiores (Divulgação). Após pesquisa de tendências elaborada pela marca, a opção pelo tom foi escolhida por ter um caráter energizante, sociável e espirituoso. "O coral vivo acolhe e incentiva a atividade alegre, simbolizando a nossa necessidade inata de otimismo e expressão lúdica", descreveu Leatrice Eiseman, diretora executiva do Pantone Color Institute.

A cor vibrante e ao mesmo tempo suave também influencia a movelaria e os interiores. Inclusive, as lojas de móveis já estão pensando em produtos na tonalidade para o próximo ano. “Em 2019, continuamos apostando no uso de cores vivas, a exemplo do Coral Vivo, escolhida pela Pantone como a cor do próximo ano. A seleção de produtos está cada vez mais luxuosa e personalizada, atendendo a diferentes tipos de projetos. Os profissionais do mercado de arquitetura e design de interiores têm se identificado cada vez mais com a loja, disseminando a sua linguagem de produtos e consolidando a marca como trendsetter no mercado de móveis”, conta Guilherme Miranda.

O Estúdio Correio produz conteúdo sob medida para marcas, em diferentes plataformas.

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