Movimento Volta às Aulas entrega carta a deputados na Alba

Pais de estudantes querem apoio ao PL 24.027/2020, que coloca educação como atividade essencial

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  • Carolina Cerqueira

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 06:15

- Atualizado há um ano

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Representantes do movimento Volta às Aulas Salvador estiveram na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na manhã desta segunda-feira (01), para entregar uma carta aos deputados pedindo a retomada das atividades nas escolas. Pais de alunos se reuniram com deputados e solicitaram apoio ao Projeto de Lei (PL) 24.027, apresentado em dezembro de 2020 pelo deputado estadual Jurandy Oliveira, que considera a educação como atividade essencial.

O PL prevê que "aulas presenciais nas unidades das redes pública e privada de ensino municipal, estadual e federal, relacionadas a educação infantil, ensino fundamental, nível médio, educação de jovens e adultos (EJA), ensino técnico, ensino superior e afins, apenas durante a pandemia de covid-19 [...] não serão sujeitas à suspensão ou interrupção, independentemente de qualquer classificação de risco da região onde se realizam, estando sujeitas somente a protocolos de educação".

De acordo com a advogada integrante do movimento, Diana Barros, de 47 anos, não dá mais para esperar pela reabertura e não há justificativas para o atraso. “Não há fundamento científico para fechar as escolas e reabrir todos os demais segmentos. Há experiências positivas que mostram que abrir escolas com protocolos é seguro sim. As crianças estão muito mais seguras nas escolas do que nas ruas, sem nenhum protocolo. Hoje as crianças e adolescentes estão nos shoppings, circos, parques. Elas só não podem estar nas escolas”, alega a advogada. 

Diana ainda mostra preocupação com os prejuízos que o período sem aulas presenciais podem causar nos alunos. “As crianças estão adoecendo e tendo uma perda irrecuperável, porque elas precisam desse espaço que é a escola para socializar e se desenvolver de forma saudável”, aponta.

O movimento é formado por pais de alunos e foi criado em agosto de 2020, em defesa da reabertura das escolas públicas e privadas com retorno facultativo e obedecendo aos protocolos de segurança. Os participantes vêm realizando protestos desde o ano passado. O último, uma carreata, aconteceu no dia 16 de janeiro. O grupo saiu do CAB e cerca de 100 veículos seguiram em fila indiana pelas Avenidas Luís Vianna (Paralela), Antônio Carlos Magalhães (ACM), e Juraci Magalhães. O destino final era o Palácio de Ondina, a casa do governador.

Segundo os especialistas, as crianças são assintomáticas, por isso, podem contrair o vírus sem perceber e transmitir para idosos e outros grupos de risco, e a escola é vista como um ambiente de aglomeração. Os manifestantes contestam esse argumento e dizem que outras pesquisas mostram que a transmissão é pequena entre as crianças.

O movimento Volta às Aulas Salvador conta com um perfil no Instagram que reúne quase cinco mil seguidores e um grupo no Telegram com mais de 500 pais de estudantes, tendo apoio de autoridades como o vereador Cláudio Tinoco. Os integrantes devem se reunir mais uma vez no próximo sábado (06), às 10h, na frente do Shopping da Bahia. A manifestação será liderada pelo movimento #escolaévida, da Associação Baiana dos Educadores da Educação Infantil e Afins (Abeia) e, dentre as demandas, estão a apresentação de protocolos de biossegurança e a definição de um prazo para a reabertura das escolas. 

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela