Mulher confundida com mãe do Jacarezinho está sofrendo ameaças de morte

Rosana diz que armas eram de brinquedo

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  • Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2021 às 13:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Nos últimos dias circulou nas redes sociais um vídeo onde aparece uma mulher com uma arma na mão durante uma festa. As imagens eram atribuídas a mãe de uma das vítimas do Jacarezinho, mas quem protagonizava as cenas, na verdade, era a empregada doméstica desempregada Rosana Contas do Carmo, de 49 anos, e de sua mãe, a costureira Vera Lúcia Coutas, de 69. 

O vídeo começou a ser divulgado na última sexta-feira, horas após a operação da Polícia Civil qur terminou em 28 mortes. Em entrevista ao jornal Extra, as duas contaram que procuraram a polícia pois estão sendo ameaçadas.

Já as cenas, de acordo com elas, foram gravadas na festa de aniversário de um dos filhos e que as armas eram de brinquedo.

“Nesses últimos dias, as nossas vidas se tornaram um pesadelo. Estamos sendo ameaçadas de morte, as pessoas nos julgam, debocham e fomos condenadas por uma coisa que não existe. Está sendo horrível tudo isso”, disse a doméstica.

"Quando eu virei, eu vi que um dos meus netos estava gravando. Não era para ter gravado aquilo. Eu pedi para que ele apagasse", conta Rosana, dizendo que os netos, que são youtubers e gravam uma série amadora com armas de paintball, não a obedeceram. 

"Eu sinto muita vergonha. Sei que eu não deveria ter brincado daquele jeito. Mas era um momento de família que ninguém tinha o direito de expor como fizeram", lamentou ela ao Extra.

O vídeo, que viralizou nas redes sociais, foi usado contra outra mãe, Adriana Santana de Araújo, que perdeu o filho na operação policial do Jacarezinho, no último dia 6. Marlon, de 23 anos, é considerado suspeito de integrar o tráfico da favela. 

Ele tem uma anotação por posse de drogas para uso pessoal, de 2016, cujo processo foi arquivado. Desde as primeiras horas após a ação na favela, Adriana acusa policiais de execução: “eles entraram para matar”.