Mulher é perseguida e morta dentro de carro em Cajazeiras

Ela tentou fugir após o 1º tiro, mas acabou executada

Pedaços do vidro do carro e marcas de sangue no local do crime, em Cajazeiras VIII (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) Silvania Pereira dos Santos, 47 anos, foi morta a tiros no começo da noite desta segunda-feira (23) na Via Local G2, Setor C, no bairro de Cajazeiras VIII, em Salvador. Moradores do local contam que, antes de ser assassinada, a vítima, que dirigia um carro modelo Honda Fit vermelho, era perseguida por um grupo de homens que estava em outro carro. Silvania teria recebido o primeiro tiro a cerca de 100 metros antes de bater com o veículo na pilastra de uma casa. Logo em seguida, testemunhas ouviram mais três disparos.

Segundo relatos de moradores ao CORREIO, a mulher, já baleada, tentou fugir do carro pela porta do carona, mas os homens foram na direção do veículo, tiraram ela do carro e a executaram no local. Ainda segundo relatos, após a executação, os homens saíram andando, até voltar para o carro e fugir em direção à Rua do Coqueiro Grande. Ninguém no local disse conhecer a vítima.

"Ela achou que se entrasse na rua ia se salvar, que os caras iam se inibir porque aqui costuma ser movimentado. Mas isso não aconteceu", contou o encarregado Luís Carlos Lessa, 54 anos, que mora próximo ao local.

A Polícia Civil informou que familiares e testemunhas ainda serão ouvidos. Os parentes estiveram na manhã desta terça-feira (24) no Instituto de Medicina Legal (IML), mas, abalados, não quiseram dar entrevista. Uma das irmãs de Silvania, que preferiu não se identificar, contou que a irmã não sofria ameaças e que era "uma mulher normal".

Informações preliminares, de acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, são de que Silvania trabalhava com compra e venda de carros usados e que o celular dela não foi encontrado no local do crime. A mulher morava no final de linha do bairro de Luis Anselmo com os três filhos e o namorado. 

A rua onde o crime ocorreu é residencial, mas na hora do crime não havia quase ninguém circulando, segundo moradores. O pedreiro Erival Moreira, 44, estava em casa com a mulher quando foi surpreendido pelo barulho dos tiros. "Escutei o barulho e pedi para a minha mulher abaixar, porque sabia que era tiro. A vítima ainda tentou fugir pelo banco do carona, mas não conseguiu. Eles arrastaram ela e executaram", narrou.

O crime foi registrado pelo Centro Integrado de Comunicação (Cicom), da Secretaria da Segurança Pública (SSP), às 19h38. Em nota, a Polícia Militar informou que policiais militares da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Cajazeiras) foram acionados pelo Cicom logo após informações de disparos de arma de fogo.

"Ao chegar ao local, a guarnição constatou o fato e encontrou uma mulher ferida e já sem vida em um veículo", informa o comunicado. A área do crime foi isolada e o Serviço de Investigação em Local de Crime (Silc) acionado para fazer a remoção do corpo e realização de perícia. Na manhã desta terça, parte do vidro do veículo da vítima ainda estava no local. Nele, era possível ver marcas de sangue e de um disparo. 

Moradores contam que a polícia chegou ao local cerca de 10 minutos após o crime. O homicídio será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na 2ª Delegacia de Homicídios/Central.