Mulher recebe bilhete pedindo que não ande de sutiã pela própria casa

“Somos evangélicos e meu marido fica em casa em home office", diz vizinha

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  • Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2021 às 20:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A jovem Juliana Kulpa, de 25 anos, recebeu uma mensagem que dizia sobre como ela deveria se comportar em sua própria casa. A confeiteira encontrou o bilhete na caixa de correspondências de seu apartamento, nele, uma vizinha pedia para ela “parar de transitar em sua casa de sutiã". Uma das justificativas foi a religião: "Somos evangélicos e meu marido fica em casa em home office. Tenha decência."

O caso aconteceu em Osasco, na Grande São Paulo, e foi publicado nas redes sociais, gerando revolta.

Ela diz que normalmente não olha a caixa de cartas, mas que decidiu dar uma conferida em uma manhã antes de levar um de seus dois filhos à escola. "A primeira reação foi um susto, porque a pessoa não se identificou. Fiquei assustada com isso", disse, em entrevista à Universa, do UOL. Juliana mora há oito anos no prédio e, há dois meses, mudou de apartamento, ainda no mesmo edifício.

Ela, que diz não ter o costume de andar de sutiã pela casa, comenta que a vizinha deve ter se confundido ao vê-la usando um top um short de academia. "Eu imagino que tenha sido no dia que eu fui fazer uma caminhada e, em seguida, fiz uma faxina", conta ela.

"Até hoje, a pessoa não se identificou. Eu não imagino quem seja, porque as janelas da minha lavanderia e do meu quarto dão para a frente do outro prédio; mas são muitos apartamentos. Não dá para saber quem é. Com certeza é alguém do outro prédio, porque daqui não tem como ninguém me ver", afirma Juliana.

Ela já procurou a administração dos prédios vizinhos, mas por falta de identificação no bilhete, nada foi feito. 

Nas redes sociais, a história ganhou corpo e gerou muitos comentários. "99,9% das mensagens são de apoio. A única coisa que me incomodou um pouco é que muita gente perguntou sobre o que o meu marido achava disso. Eu tentava responder: 'Meu marido não acha nada, o corpo é meu. Quem está expondo o corpo sou eu. Ele não tem nada a ver'", declarou a confeiteira.

Juliana não recebeu mais bilhetes desde então e afirma que continuará sem dar importância para opinião alheia. "Voltei a usar top, cropped; não fiquei nem um pouco desconfortável, pelo contrário. Estou dentro da minha casa. Vou e pretendo continuar usando", concluiu.