Mulheres recebem 23% menos do que os homens

Dado foi divulgado hoje pelo IBGE e mostra que esta diferença persiste apesar do crescimento da participação feminina no mercado de trabalho

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Publicado em 5 de julho de 2017 às 12:13

- Atualizado há um ano

A queda de 3,6% no número de pessoas ocupadas e assalariadas e a diferença de 23,6% na remuneração recebida pelas mulheres em relação à dos homens foram os pontos de destaques do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgado hoje (5/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são referentes ao ano de 2015 e fazem a comparação com os de 2014. A Cempre tem caráter anual e divulga informações consolidadas de dois anos anteriores.

Segundo a pesquisa, em 2015 o Brasil ganhou aproximadamente 11,6 mil novas empresas e outras organizações ativas, um aumento de 0,2% em relação a 2014. Apesar deste aumento, o número de empregados diminuiu. Naquele ano, o país tinha 5,1 milhões de empresas e outras organizações ativas que empregavam 53,3 milhões de pessoas, sendo 46,6 milhões (87%) assalariados e 7 milhões (13%) sócias ou proprietárias. Do total de assalariados, 56% eram homens e 44% mulheres. Em relação a 2014, o número de assalariados recuou 3,6%, sendo a queda entre os homens de 4,5% e entre as mulheres de 2,4%.

Em cinco anos, entre 2010 e 2015, o percentual de mulheres ocupadas assalariadas aumentou 1,9 ponto percentual. A maior participação feminina nesse período estava na administração pública e nas entidades sem fins lucrativos. Neste último ambiente, por exemplo, a participação das mulheres passou de 53,3% para 55,8% e a dos homens caiu de 46,7% para 44,2%, no período. Os dados do Cempre revelam ainda que, nas entidades empresariais, embora os homens sejam maioria, a diferença entre o número de pessoal ocupado do sexo masculino e feminino vem caindo de 2010 para cá. No período, a diferença diminuiu 5,2 pontos percentuais.

Se a participação feminina na formação de mão de obra cresce, a diferença salarial em relação aos homens persiste. Em 2015, as trabalhadoras brasileiras ganhavam 23,6% menos que os trabalhadores. O Cempre revela que, considerando o universo de pessoas ocupadas assalariadas, os homens receberam em média R$ 2.708,22 e as mulheres, R$ 2.191,59. 

Novos negóciosAinda segundo o Cempre, as entidades empresariais representaram, em 2015, 90,4% do total de empresas do país, 75,3% do pessoal ocupado assalariado e 63% dos salários e outras remunerações. Apesar disso, pagaram os salários médios mensais mais baixos (R$ 2.168,45). Os órgãos das administrações públicas eram 0,4% desse total, porém, absorveram 18% do pessoal ocupado total, 20,7% do pessoal ocupado e pagaram 30,4% dos salários e outras remunerações. A administração pública pagou os salários médios mensais mais elevados (R$ 3.592,33). As entidades sem fins lucrativos totalizaram 9,2% das empresas e outras organizações e foram responsáveis por 6,7% do pessoal ocupado, 7,1% do pessoal assalariado e 6,5% dos salários e outras remunerações. Essas entidades foram as que pagaram melhor depois dos órgãos da administração pública (R$ 2.354,90).

Ainda segundo o estudo, em 2015 houve aumento de 0,6% de empresas públicas, mais 128 empresas, e queda de 124,4 mil postos de trabalho (-1,3%). Nas entidades empresariais, houve queda de 2,9 mil empresas (-0,1%) e de 1,6 milhão em pessoal ocupado assalariado (-4,5%). Por outro lado, as entidades sem fins lucrativos aumentaram em número e pessoal ocupado, com 14,4 mil novas empresas e outras organizações (3,2%) e aumento de 16 mil novos empregados assalariados (0,2%).

Atividades econômicasA pesquisa indica também que a seção Comércio: reparação de veículos automotores e motocicletas figura desde 2010 como a atividade que mais concentra a maior parte de pessoal ocupado assalariado, e chegou a 9,1 milhões de pessoas em 2015. Em comparação com 2014, concentrava o maior número de empresas e outras organizações (39,2%), pessoal ocupado total (22,1%) e pessoal ocupado assalariado (19,5%). Já em salários e outras remunerações ficou na terceira colocação (12,4%).

Indústrias de transformação aparecem em segundo lugar na variável pessoal ocupado total (15,4%) e salários e outras remunerações (17,6%). Devido à redução de 649 mil pessoas assalariadas em relação a 2014, caiu para a terceira posição em número de empresas (8,3%). A administração pública, defesa e seguridade social assumiu a a segunda posição em número de assalariados (16,7%)  foi a primeira colocada em salários e outras remunerações (23,5%).Análise regionalAssim como em anos anteriores, a Região Sudeste concentrou o maior número de organizações, 2,9 milhões de unidades (51,1%), bem como de pessoas ocupadas (26,9 milhões) e dos salários e outras remunerações (R$840,3 bilhões). A Região Sul foi a segunda com maior número de unidades (22%) e em salários e outras remunerações (16,2%). O Nordeste ficou em segundo lugar em pessoal ocupado total (18,1%) e em pessoal ocupado assalariado (18,7%) e na terceira posição em número de unidades locais (15,4%) e em salários e outras remunerações (14,6%). A Região Centro-Oeste ficou na quarta colocação em todas as variáveis analisadas e a Região Norte na quinta, com as menores participações.Com informações da Agência Brasil.