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Músicas religiosas embalam concerto na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

Coral que se apresentou é formado por pessoas de diferentes religiões.

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  • Carol Aquino

Publicado em 26 de março de 2017 às 15:07

 - Atualizado há um ano

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos estava lotada neste domingo (26) de gente que estava lá para ouvir música de concerto. Pela segunda vez neste mês o templo, que fica no Pelourinho, foi cenário da apresentação do Coral Ecumênico da Bahia, que canta músicas religiosas e MPB. “A gente canta a diversidade religiosa e cultural do mundo”, explica o pastor Djalma Torres, criador do Coral. No repertório estão canções da tradição católica, protestante, budista, espírita, hinduísta e do candomblé. Se quem canta, reza duas vezes, os integrantes do Coral Ecumênico estavam mais que protegidos. O objetivo de grupo, segundo explica a produtora Maiara Fernandes, é combater a intolerância religiosa e promover a paz através da música. Os membros são adeptos de religiões diferentes ou até mesmo de nenhuma fé. 

Clássicos como Hallellujah e Ave Maria encantaram o público que estava lá. A apresentação teve ainda participação dos solistas Carlos Eduardo Santos e Vanda Otero. “Foi tudo lindo. É o melhor jeito de começar a semana, estou saindo daqui com a alma elevada”, disse a professora Gildete Lima, 60 anos. Ela veio ver uma amiga que se apresenta no coral.No mesmo grupo de Dona Gildete estava a sua vizinha Fátima Aragão, 62. Apreciadora de uma boa música, ela estava indo pela terceira vez o Coral Ecumênico se apresentar. “Foi maravilhoso. Semana que vem eu vou de novo”, conta entusiasmada. O coral também apresentou versões de clássicos populares, como Encontros e Despedidas, de Milton Nascimento e O Girassol, que ficou famosa na interpretação do grupo Cidade Negra. Na plateia, as pessoas tiravam fotos, faziam pequenos filmes e aplaudiam de pé as suas canções preferidas. Além de quem tinha ido ao templo especialmente para o concerto,  turistas que passavam por ali é foram atraídos pela música ou gente que estava procurando um lugarzinho para se proteger da chuva ocuparam a igreja. “Gostei muito da apresentação, eu e achei bem bonito. Foi uma surpresa, eu estava passando por aqui e entrei na igreja. Acabei de chegar a Salvador”, contou a secretária Ana Dalvo, 56, moradora da cidade de São Paulo. A técnica administrativa Léa Reis, 41 anos, estava na Igreja na expectativa de assistir a uma missa, mas perdeu o horário. Ela aproveitou e ficou por lá para assistir ao espetáculo. “A música alegra a alma e o coração”, conta a frequentadora da religião messiânica. Ela estava indo à missa pedir proteção para um conhecido.  Essa mistura de religiões, símbolo da Bahia, é o que encantou a socióloga Martha Rocha, que faz parte do Coral há um ano. “Pedi para entrar justamente por o grupo trabalhar o ecumenismo e a cultura da paz. Eu sou praticante do candomblé, do meu lado tem uma menina que é batista, outra que é protestante. A gente canta junto, conversa junto. Para ter paz, não precisa diminuir o Deus do outro”, reflete. Celebração O concerto do Coral na Igreja faz parte de quatro apresentações pelo projeto Pelourinho Dia e Noite, iniciativa da Prefeitura de Salvador para movimentar o Centro Histórico. O grupo já fez dois outros concertos, um no Museu da Misericórdia e outro na própria Igreja do Rosário dos Pretos. O próximo será na Igreja do Carmo, no próximo domingo (2) de abril, às 11h. Os dois últimos concertos fazem parte do Festival da Cidade, que comemora o aniversário de Salvador. Na programação deste domingo, ainda teve o Circuito de Minibike, uma oficina de graffiti infantil, Ruas de Lazer e apresentação da banda Flor Serena em São Caetano e do quarteto Ijesax no Mercado Modelo.