'Não consegui reconhecer o rosto dele', diz filho de taxista espancado até a morte

Face de Paulo Santos Silva ficou desfigurada após latrocínio na Sete Portas

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  • Gabriel Moura

Publicado em 22 de maio de 2020 às 10:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Acervo Pessoal

O taxista Paulo Santos Silva, 61, tinha acabado de chegar ao ponto de táxi onde atua há mais de 10 anos, na Sete Portas, quando foi surpreendido por um assaltante que pedia dinheiro e celular. Após se recusar a dar o aparelho, Paulo foi agredido com golpes de barra de ferro e morreu momentos depois no Hospital Geral do Estado (HGE).

O crime ocorreu por volta das 8h de quinta-feira (21) em frente ao mercado RedeMix na Sete Portas. Segundo o vendedor Gilmarcos Paulo, filho de Paulo, a violência do ataque foi tanta que o rosto do taxista ficou desfigurado. "Quando vi meu pai, não consegui reconhecê-lo", lembra Gilmarcos.

Paulo era taxista há quase 15 anos e sempre rodava pela região da Sete Portas, onde conhecia todo mundo e tinha um público fiel. Na noite do ataque, ele chegou cedo ao local para buscar uma cliente que atendia todas às noites.

"Todo mundo adorava ele. Tinha gente que deixava de pegar Uber para rodar com meu pai mesmo sendo mais caro. Ele era um super pai, me ajudou em tudo, amava os netos, minha mãe. Fazia de tudo por nós, nunca nos deixou faltar nada. Ele não gostava de nada errado, só andava pelo certo e pelo justo. Não tinha queixa, multa. Um cidadão do bem e cometeram essa barbaridade", lamenta Gilmarcos.

Segundo a Polícia Militar, Paulo foi encontrado enquanto policiais da 58ª CIPM realizavam uma ronda no local. Após avistarem o taxista ferido, o encaminharam para o HGE, onde não resistiu aos ferimentos.

Gilmarcos espera que a Justiça seja feita e que o autor da barbaridade seja punido. "Mas não queremos a morte ou o sangue de ninguém, queremos é que esse marginal tenha o que merece, que pague pelo crime que cometeu para que não faça isso com outras famílias e taxistas, pois está demais a violência contra esses profissionais", diz ele que elogiou o trabalho dos policiais da 58ª CIPM.

A Associação Geral dos Taxistas (AGT) se posicionou sobre o caso. "Paulo foi vítima de ataque por um assaltante e usuário de drogas, que tentou tomar do taxista o aparelho de celular. O taxista o reagiu o ataque e foi agredido violentamente. Paulo recebeu atendimentos no HGE mas não resistiu os ferimentos e veio falecer", diz a nota assinada por seu presidente Denis Paim.

Embora a família trate o caso como latrocínio, roubo seguido de morte, a Polícia Civil investiga o caso como homicídio após uma briga. A morte de Paulo é investigada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro