'Não é tribunal de inquisição', diz Bellintani sobre caso Ramírez

Presidente do Bahia detalhou a apuração sobre acusação de racismo

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  • Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2020 às 16:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr./Arquivo CORREIO

Presidente do Bahia, Guilherme Bellintaini voltou a falar sobre a apuração interna que o Bahia está fazendo após o meia Juan Pablo Ramírez ter sido acusado de cometer injúria racial pelo volante Gerson, do Flamengo, no último domingo (20). 

Em entrevista ao programa Globo Esporte, Bellintani disse que o clube já recebeu as imagens da partida vai analisar o material para tentar descobrir se Ramírez realmente cometeu o crime de racismo. O jogador do Bahia nega. 

"Começou com minha conversa com Índio Ramírez, Gerson e outros atletas. Pedimos imagens do jogo, tivemos acesso à súmula. Recebemos imagens do jogo, com sete câmaras. Estamos conversando com muita gente. Também estamos prestando apoio a Índio Ramírez e dando direito ao contraditório. Entendendo que isso não é tribunal de inquisição, mas precisamos apurar", disse Bellintani. 

Questionado se Ramírez ainda tem condições de seguir no Bahia, dada a repercussão do caso, Bellintani afirmou sim, mas voltou a dizer que a investigação que está sendo realizada será fundamental para entender toda a situação e nortear as medidas que o clube tomará. 

Após ser acusado de racismo, Ramírez foi afastado das atividades no Bahia até que o processo de apuração seja concluído. Ele tem contrato com o tricolor até o final da próxima temporada. 

"É lógico que eu vejo condições (de Ramírez continuar no Bahia) porque estamos investigando. Se não visse, estaria fazendo inquisição preliminar. Mas primeiro temos que concluir as investigações, entender os fatos. Não tenho dúvida que Gerson ouviu o que disse ter ouvido. A dúvida é se Ramírez falou aquilo. Gerson não mentiria, a voz da vítima é preponderante. Jamais duvidarei da vítima. O que estamos investigando é se Ramírez falou, porque ele pode ter falado outra coisa. Repito: investigação dura, firme, o assunto é muito sério", continuou o presidente tricolor.

Nesta terça-feira (22), Gerson foi até a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro e prestou depoimento sobre o suposto caso de racismo. O jogador do Flamengo alega que durante a partida contra o Bahia, no Maracanã, Ramírez teria falado a seguinte frase: "cala a boca, negro". A injúria não foi relatada na súmula do jogo. 

O árbitro da partida, o técnico Mano Menezes e o meia Ramírez também foram intimados e vão ter que prestar depoimento.