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Adele Robichez
Publicado em 18 de agosto de 2020 às 20:34
- Atualizado há 2 anos
Com o isolamento por conta da pandemia, dores no corpo tendem a aparecer. Isso é reflexo da mudança de hábitos durante este período em casa. Apesar do isolamento, nenhuma dor deve ser negligenciada e sempre que as dores forem intensas é fundamental que a pessoa procure um profissional de saúde. Foi isso que defendeu o médico Walter Viterbo, que é especialista em Anestesiologia, Acupuntura e Algologia (clínica da dor) nas unidades da Clínicas Viterbo na live Saúde & Bem-Estar no Instagram do CORREIO apresentada pelo jornalista Jorge Gauthier nesta terça feira (18). >
A dor, segundo o médico, é considerada o quinto sinal. “Assim como os a temperatura corporal, a frequência cardíaca, pressão arterial e frequência respiratória, a dor é um sinal de que há algo de errado com o corpo”, destaca Viterbo. >
O médico explica que há dois tipos de dor: a crônica, que tem duração de até 3 meses e aguda, a partir de 3 meses. Ele adverte que “qualquer dor deve ser valorizada e, de acordo com a sua permanência, mostra um grau de importância ainda maior”.>
A dor pode ter também um aspecto psicológico. De acordo com Viterbo, é possível pressentir uma dor conhecida “ao presenciar um acidente, ver um filme, a somatização, torna [essa visão em] uma dor real”.>
Além dessa, existe a dor da ansiedade e do estresse. Nessas situações, “o corpo se prepara para lutar ou fugir e os músculos ficam contraídos”, segundo o especialista. Por conta disso, o corpo pode causar sensação de dor. Para Viterbo, elas merecem ser investigadas e tratadas, como qualquer dor e orienta buscar apoio psicológico para lidar com essas questões.>
Remédio não é a única cura para as dores De acordo com o médico, os remédios farmacológicos não são a única forma de curar as dores. Ele cita como exemplo a acupuntura que pode ser utilizada por pessoas de 0 a 100 anos. >
Ele afirma que nos pacientes idosos é ainda mais recomendada, para evitar medicamentos. “É uma ótima alternativa terapêutica (...) As pequenas agulhas funcionam semelhantes a quando uma lâmpada é ligada.Os fios correspondem aos nervos. Produzem substâncias para amenizar dores. Mas diz que vai além de curar dores, “várias doenças também podem ser tratadas”. >
Reveja a live>
Dor na pandemia: “soma de fatores” Com a regra do isolamento, muitos tratamentos médicos foram suspensos de forma abrupta. Aliado a isso, as pessoas tiveram mais dificuldades de conseguir as medicações por evitar ir ao médico durante este período. Além disso, o home-office normalmente não oferece os equipamentos com ergonomia ideais para trabalhar. E, acrescido a estes pontos, a realização de atividade física, fator de ajuda, também foi interrompida. Ou seja, esses fatores somados geram dores. >
Por conta do home office, as pessoas estão passando mais tempo em posição viciosa. Houve um aumento significativo de queixa de agravamento do quadro e surgimento de dores em pacientes durante a pandemia. “Ficar parado por muitas horas por dia sobrecarrega a musculatura e a dor chega”, diz especialista que recomenda paradas a cada 20 minutos para alongamentos. >
Esta preocupação está presente também em horários de tempo livre. Viterbo fala que é preciso ter cuidado com séries e filmes na TV, uso de celular e computador por muito tempo. De acordo com ele, o recomendado é “sempre fazer alongamentos e modificar a posição viciosa”. Ele explica que quando ficamos o tempo inteiro na mesma posição, a circulação sanguínea é dificultada e a oxigenação é, assim, comprometida.>
*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier.>