Neojiba faz primeiros espetáculos abertos ao público durante a pandemia

Estreia foi nesse final de semana; confira programação dos próximos dias

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  • Luana Lisboa

Publicado em 17 de outubro de 2021 às 19:21

- Atualizado há um ano

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. por Paula Fróes/CORREIO

Aos poucos, a normalidade parece mais próxima, mesmo que a pandemia ainda não tenha acabado. Foi fácil notar isso no Parque do Queimado, no bairro da Liberdade, na manhã deste domingo (17), quando os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba) se apresentaram ao público externo, com a disponibilização de tíquetes em plataforma digital. Foi o primeiro final de semana em que isso foi possível desde o começo das restrições sanitárias, mas nesse sábado a coisa mudou de figura com o primeiro fim de semana com as apresentações liberadas.

Ainda tímido em movimento, resultado de pouca divulgação da organização, o auditório se deleitou na presença de uma orquestra realizada pelos coordenadores e instrutores do programa.

À tarde, foi a vez das Orquestras 2 de Julho e Castro Alves apresentarem peças de Tchaikovsky, Saint-Saëns, Villa-Lobos, Carlos Gomes e Caetano Veloso no Teatro Castro Alves (TCA). E apesar da necessidade do cartão de vacinação para a comprovação das duas doses da vacina sempre nos lembrando de que nem tudo será como antes, a sensação, entre artistas e plateia, era de esperança.

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André Felipe, que se apresentou em uma performance de piano, apesar de também tocar teclado, violão, percussão e flauta doce, explica que a paixão pela música faz com que toda a equipe esteja ansiosa para a volta à normalidade, especialmente, pela construção presencial do espetáculo.“Essa paixão fica guardada no armário e a gente quer muito voltar. Estamos muito felizes agora, mas estamos doidos para encontrarmos todas as crianças, para fazermos grandes concertos. Estamos felizes, mas não 100%”, reflete.As aulas do Neojiba não pararam ao longo da pandemia. Dois dias após o decreto da OMS, e todas as atividades estavam sendo realizadas de forma online, mesmo com as dificuldades impostas pela falta dos equipamentos em casa, precariedade no acesso à internet ou, simplesmente, complexidade das relações à longa distância.“A gente considera esse trabalho essencial, não só para a sociedade, mas também para as nossas crianças. Então, nos sentimos no dever de não parar de jeito nenhum”, diz.Em 2021, então, passaram a testar a realização de concertos com pouco público. Uma plateia composta de mães, pais, irmãos e avós das crianças, com a autorização do Governo do Estado. Com protocolos de distanciamento sendo cumpridos durante apresentações e ensaios, e artistas que tocam instrumentos de sopros separados por placas de acrílico, o Neojiba tem administrado a pandemia.

E o que ainda nota o diretor-geral do programa, Ricardo Castro, é um público tímido para comparecer presencialmente. Acostumados às transmissões pelo Youtube e com receio dos locais fechados, a organização enfrenta a face de ser uma dos primeiras do gênero a abrir as portas a todos. Para isso, a divulgação foi propositalmente pequena, com a ideia de evitar aglomerações.

“Nós somos um dos primeiros a realizar concertos e abrir ao público de novo e esperamos que possamos manter os equipamentos culturais abertos, com os números da pandemia caindo. Precisamos compensar e, nesse fim de ano, excepcionalmente, vamos realizar várias ações para isso. Estaremos todos nos palcos”, afirma Castro.

Quem esteve presente e não abre mão do presencial, agora que é possível novamente, foi o arquiteto Sérgio Eckerman, que levou esposa e filhos para aproveitarem o momento. Não parou de assistir aos espetáculos em momento algum, fiel ao Youtube e ao Neojiba.“Foi ótima a experiência de voltar ao presencial e sentir a emoção da música ao vivo. Assim é muito diferente, ainda mais em uma sala como essa, projetada para isso”, declarou Eckerman.O Neojiba foi criado em 2007, é mantido pelo Governo da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música. Durante o tempo de atuação, o grupo atendeu, direta e indiretamente, mais de 10 mil crianças, adolescentes e jovens entre 6 e 29 anos.

Atualmente, o programa beneficia 1.970 integrantes diretos em seus 13 núcleos e 4.500 indiretos em ações de apoio a iniciativas musicais parceiras.

Confira a programação dos próximos dias:

20/10, às 19h - Apresentação ao vivo dos melhores momentos das comemorações de aniversário nos núcleos de Salvador e do interior da Bahia -  Transmissão pelo Facebook e pelo Youtube. 

23  e 24/10, às 11h e 16h, no Teatro Vila Velha – Apresentação da ópera "Dido e Enéas", com o Coro Juvenil e direção de Márcio Meirelles. Com a presença do público. Ingressos gratuitos pelo Sympla, disponíveis na véspera da realização do evento.