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Neto fala da polêmica do fim do Arrastão: 'Como católico, não vejo conflito'

Prefeito diz que projeto deveria ter sido discutido com sociedade e prefeitura

  • D
  • Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2019 às 16:40

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Betto Jr/Arquivo CORREIO

O prefeito ACM Neto comentou nesta sexta-feira (13) a polêmica do fim do arrastão na Quarta-Feira de Cinzas do Carnaval, determinado por projeto de lei aprovado na Câmara dos Vereadores. Caberá ao prefeito sancionar ou vetar o projeto. Embora não tenha adiantado qual será sua decisão, Neto escreveu que "como católico" não vê nenhuma incompatibilidade entre o arrastão e o início da Quaresma, argumento usado pelo criador do projeto, vereador Henrique Carballal (PV). 

Além disso, o prefeito também ressaltou que o projeto "deveria ser debatido com a Prefeitura, a sociedade e Conselho do Carnaval", o que diz que não aconteceu. 

"Em meio a tantos comentários, e devido à grande repercussão, acho que o projeto que proíbe o arrastão na Quarta-feira de Cinzas deveria ser debatido com a Prefeitura, sociedade e Conselho do Carnaval. Infelizmente, não foi. Vou examinar com critério, observando os aspectos jurídicos e objetivos do projeto, para só então tomar a melhor decisão para a cidade. Desde já, afirmo, como católico, que não vejo conflito entre a manifestação popular e o respeito ao início da Quaresma. Salvador é a cidade do Brasil onde o “sagrado” e o “profano” convivem sem conflitos ou preconceitos", escreveu o prefeito.

Mais cedo, Márcio Victor, do Psirico, afirmou que o Arrastão acontece por desejo do povo. "É da vontade do povo. Se o povo tá lá é porque o povo quer", diz. "Há 18 anos, Brown começou essa festa, que tem uma retribuição para quem trabalha e não tem condições de acompanhar os artistas que gosta no trio durante o percurso porque aproveita para ganhar uma grana. Então por que acabar? Se o país da gente é um estado laico, onde respeitamos todas as religiões?", questiona.

Projeto De autoria do vereador Henrique Carballal (PV), o projeto impede qualquer festejo similar ao carnaval entre as 5h e as 23h59min da Quarta-feira de Cinzas em locais públicos. Com isso trios elétricos, palcos fixos ou móveis, músicos a solo ou bandas musicais, carros de som, caixas de som amplificadas ou similares estariam proibidas no período. 

A justificativa para a proibição tem raízes religiosas. Na tradição católica, a Quarta-feira de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma, sendo marcado por jejum e abstinência - e não por correr atrás do trio no arrastão.

A proposta argumenta que diversas igrejas estão sendo obrigadas a cancelar as tradicionais missas que ocorrem no dia para abrir espaço às ressacas carnavalescas. Ainda de acordo com o projeto de lei, esta festa estendida é um "flagrante prejuízo da comunidade cristã e a situação é um grave desrespeito aos costumes religiosos e não pode mais ser tolerada, sendo necessário resgatar e respeitar a tradição religiosa".“O Brasil é oficialmente um Estado laico. Se por um lado essa laicidade pressupõe a não intervenção da Igreja no Estado, por outro implica em efetivo respeito à crença e costumes religiosos. Por isso, o Carnaval não pode estar alheio a esse contexto e sua ocorrência deve se adequar às tradições religiosas”, argumenta o vereador.O projeto também prevê multa de R$ 500 mil para quem descumpri-lo. O placar da votação foi 38 votos a favor, dois contra, uma abstenção e uma ausência. Após receber o texto, o prefeito tem 15 dias para decidir se ele será vetado ou sancionado.