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Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2022 às 05:00
Investimentos e ações nas áreas de educação, segurança pública, conectividade e infraestrutura integram a lista de demandas prioritárias do setor produtivo baiano nas projeções para os próximos quatro anos. Propostas e anseios dos mais diferentes segmentos foram compilados em um documento construído coletivamente e entregue ontem aos três principais candidatos ao governo da Bahia, convidados também a apresentar o que planejam para alavancar a econômica do estado. >
ACM Neto (União Brasil), Jerônimo Rodrigues (PT) e João Roma (PL) tiveram a chance de detalhar os projetos voltados ao setor produtivo, em evento idealizado conjuntamente por quatro grandes entidades: as federações de Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), do Comércio (Fecomércio-Ba), das Empresas de Transportes da Bahia e Sergipe (Fetrabase) e das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). Após a entrega do documento, cada um dos candidatos pôde expor planos com foco em melhorar a cadeia econômica a dezenas de empresários e empresárias que atuam na capital e no interior.>
Primeiro colocado nas pesquisas, Neto iniciou sua apresentação com propostas dirigidas ao campo. Sobretudo, do compromisso em profissionalizar toda a estrutura da Secretaria Estadual de Agricultura, devolvendo à pasta o caráter técnico e garantindo ampla assistência técnica e qualificação ao pequeno e médio produtor rural. O candidato da União Brasil criticou a extinção da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) pelo governo do PT e assegurou esforços para a fortalecer a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). >
“O grande empresário tem recurso para contratar empresas que possam garantir todo o suporte técnico, mas o pequeno não tem. Depende do poder público. Vamos profissionalizar toda a Secretaria de Agricultura, fazer dela um exemplo de gestão moderna e trabalhar pensando em resultados. Vamos focar no pequeno produtor para que ele tenha o suporte necessário, acesso a crédito e segurança jurídica para produzir”, afirmou.>
Para o setor de comércio e serviços, responsável por 70% dos empregos no estado, Neto destacou propostas que integram o plano de desenvolvimento estratégico idealizado por ele. Primeiro, disse, é fundamental reconhecer as peculiaridades e potencialidades que cada região da Bahia tem para expandir e gerar empregos. “Nós vamos desenhar um plano com metas bem claras, iniciativas bem definidas e marcos de entrega estabelecidos. Vamos trabalhar com planejamento”, enfatizou. >
Sobre a reivindicação para desonerar impostos que incidem sobre o setor dos transportes, Neto assegurou compromisso em dialogar. Segundo ele, as decisões serão tomadas levando em conta desafios e soluções. “De um lado, o que podemos ganhar em escala, competitividade, ampliando a produtividade de setores. Do outro, como podemos manter um tratamento fiscal mais favorável por parte do estado salientou. >
Segundo em intenções de voto, Jerônimo Rodrigues foi questionado sobre os planos voltados a melhorar a assistência técnica para produtores rurais. O petista se comprometeu a trabalhar em parceria com a Faeb e com as secretarias municipais da Agricultura, estimulando a conectividade e a formação à distância. >
Para o setor de transportes, o candidato do PT ressaltou a ideia de fortalecer a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), com objetivo de combater a clandestinidade no transporte de pessoas e de cargas. Jerônimo apontou ainda o uso de tecnologias, a exemplo de drones, para fiscalizar as divisas estaduais. >
Já João Roma, que ocupa o terceiro lugar nos levantamentos, concentrou sua fala em projetos sob a alçada do governo federal, como o plano de criar o Canal do Sertão Baiano e o Canal da Redenção de Irecê, ambos destinados a ampliar a oferta de água. Já nas áreas de educação e segurança, Roma se limitou a criticar a permanência de altos índices de analfabetismo e o avanço do crime organizado no estado, sem apresentar propostas objetivas.Líderes empresariais defendem ação articulada com governo No evento, líderes das quatro entidades do setor produtivo destacaram a união de esforços entre iniciativa privada e Poder Público como forma de superar entraves e vitaminar a economia baiana. Para o presidente da Fieb, Ricardo Alban, o objetivo do encontro é articular um trabalho conjunto com o futuro governo. “Ao mitigar as diferenças, buscando convergências que possam ser mais factíveis e mais rápidas, nós certamente teremos os hiatos vencidos e superados. Esse é o principal objetivo: caminhar juntos”, disse.>
Já o presidente da Fecomércio-Ba, Kelson Fernandes, destacou a possibilidade de atuar em conjunto para recuperar as perdas do setor de comércio e serviços, um dos principais afetados pela covid-19. “Estamos com a oportunidade ímpar de ouvir os candidatos e suas propostas, para que a gente possa tentar amenizar os problemas que a economia, de um modo geral, passou com a pandemia. Nós queremos que assumam o compromisso conosco de que vão melhorar o ambiente de negócios no estado”, afirmou. >
No mesmo diapasão, o presidente da Faeb, Humberto Miranda, destacou a possibilidade de criar uma rede permanente de diálogo com o governo. Para Miranda, este caminho é necessário para a atualização das demandas e, consequentemente, o desenho de políticas públicas mais assertivas. Já Décio Barros, presidente da Fetrabase, enfatizou a urgência de avaliar impostos que incidem sobre a cadeia do transporte, assim como de elevar investimentos na estrutura viária.>