Nissan Sentra voltará ao Brasil para disputar com o Toyota Corolla

Aceleramos o sedã da Nissan mais vendido no mundo. Confira a avaliação em texto e vídeo

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  • Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2022 às 14:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Antônio Meira Jr./ CORREIO
A versão topo de linha tem acabamento em couro, teto solar e sistema de som da Bose

Recentemente, havia agendando com a Nissan a avaliação de um Sentra na Flórida, nos Estados Unidos. Por um desencontro na programação, a entrega do sedã seria um dia depois da minha chegada em Miami. Mas isso virou uma oportunidade interessante.

Por sorte, a locadora tinha um Sentra para me emprestar. Uma unidade com apenas 6 milhas rodadas e na configuração intermediária SV - a fábrica tinha separado para mim a versão SR. A produção desse carro para as Américas é de responsabilidade da filial mexicana, que fornece também o Versa para o mercado brasileiro.

Em ambas, o mesmo conjunto mecânico: motor 2 litros aspirado associado a um câmbio automático. Graças à injeção direta de gasolina, esse propulsor de aspiração natural entrega 151 cv de potência aos 6 mil rpm e 20 kgfm de torque a 4 mil giros. A transmissão é o do tipo CVT - mesmo tipo adotado no Corolla -, então não espere muita emoção ao volante. No entanto, se você busca economia de combustível é só entrar na tocada correta que o bom resultado vem. Nas nossas medições, rodando 50% em estradas, a medida combinada do consumo foi de 13,2 km/l.

Com essa motorização, o Sentra concorre com as versões a combustão do Corolla, que é flex e rende até 177 cv de potência. Nessa fábrica, a empresa nao produz a configuração híbrida, como a que vende na China - país onde o Sentra, ou Sylphy, foi o carro mais vendido em 2021.

No geral, o acabamento do Sentra é superior ao do Toyota Corolla, que será seu principal adversário no Brasil. O Nissan já foi comercializado no Brasil em diferentes gerações e foi apenas coadjuvante, no entanto, o jogo mudou.

Anteriormente, antes da escalada dos SUVs, no mercado de sedãs médios, a disputa mais intensa do Corolla era com o Civic. Mas a Honda deixou de produzir o carro no interior de São Paulo e isso aumenta as possibilidades do Sentra.

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O modelo da Nissan ainda se beneficia da saída do Volkswagen Jetta - que só é oferecido na versão esportiva - e da extinção de produtos como Citroën C4 e Peugeot 408. Até mesmo a Caoa Chery, que queria uma fatia com o Arrizo 6, encerrou a produção nacional. Resta assim, além do Corolla, o Chevrolet Cruze e o Kia Cerato.

Erros e acertos Apesar do acabamento superior, o que inclui até a chave, a Nissan peca em oferecer um freio de estacionamento por pedal - mesmo sistema que a Toyota adotou para o Corolla Cross no mercado brasileiro.

O porta-malas tem capacidade para 466 litros, apenas 4 litros a menos que o Corolla. Os equipamentos são similares, bancos com ajustes elétricos na versão mais completa, alerta de mudança involuntária de faixa, câmera 360 graus e alerta de tráfego cruzado. O bagageiro do sedã tem capacidade para 466 litros (Foto: Antônio Meira Jr./ CORREIO) Se a Nissan acertar na precificação, o Sentra tem boas chances de conquistar quem curte a dirigibilidade de um bom sedã. Nos EUA, as versões avaliadas custam US$ 20.870 (SV) e US$ 22.400 (SR) - valores que não incluem o frete, que tem custo médio de US$ 1 mil. Ou seja, a versão intermediária custa o equivalente a R$ 100 mil e a topo de linha, R$ 107.300. Com todos os opcionais e o frete para a Flórida, o preço da versão SR custa o equivalente a R$ 132.220.

No México, onde é produzido, a versão SR custa 495.900 pesos, o que equivale a R$ 121.300. Como a carga tributária brasileira é maior que nesses dois países, o preço deverá ser mais alto. Atualmente, no mercado brasileiro, o Corolla a combustão custa entre 146.390 (GLI) e 176.590 (GR-S).