Nobel de economia sai para americanos que pesquisam sobre sustentabilidade

Os economistas norte-americanos William Nordhaus, 77, e Paul Romer, 62 foram laureados na manhã dessa segunda(08).

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  • Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 16:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

O que garante crescimento sustentável no longo prazo? A resposta para essa questão garantiu o prêmio Nobel de Economia de 2018 para os economistas norte-americanos William Nordhaus, 77, e Paul Romer, 62. Nordhaus, da Universidade Yale, foi citado por seu estudo pioneiro sobre os efeitos econômicos do aquecimento global, enquanto Romer, da NYU Stern School of Business, foi reconhecido por investigar como a inovação tecnológica requer condições específicas para surgir e prosperar. 

Em um comunicado publicado na manhã de ontem, em Estocolmo, a Academia Real Sueca de Ciências afirmou que os laureados ampliaram o escopo da análise econômica ao construir modelos que explicam como a economia de mercado interage com a natureza e o clima, pontuando como a tecnologia e o meio ambiente são, hoje, considerados temas essenciais para a compreensão do desenvolvimento econômico. Vale salientar que, ao analisar as causas e as consequências da inovação e das mudanças climáticas, os dois economistas melhoraram a compreensão sobre políticas que podem contribuir para o crescimento sustentável. 

Nordhaus é, por exemplo, um dos principais defensores da cobrança de um imposto sobre as emissões de carbono com o propósito de diminui-las. O modelo desenvolvido pelo pesquisador de Yale integrou resultados de diferentes áreas -como física e química- para compreender a evolução conjunta entre a economia e o clima. Entre as produções bibliográficas de Nordhaus, consta a conhecida obra “Economics”, escrita com Paul Anthony. Editado desde 1948, o livro tornou-se um clássico que contribuiu e ainda contribui para o ensino da economia nos Estados Unidos e em todo o mundo. 

Já Romer foi o primeiro a inverter uma linha clássica de investigação acadêmica. Pesquisadores em macroeconomia costumavam analisar o impacto da evolução tecnológica sobre o crescimento. O economista da NYU resolveu, então, focar no contrário, ou seja, em como o ambiente econômico determina as condições para a criação de novas tecnologias, contribuindo para o estudo de regulações que incentivam a inovação. 

No ano passado, o prêmio foi atribuído ao americano Richard Thaler por seus estudos sobre a influência de certas características humanas, como a racionalidade limitada, as preferências sociais e a falta de autocontrole, nos comportamentos dos consumidores ou investidores. O Nobel da Economia celebra este ano o 50º aniversário. Criado em 1968 por ocasião do aniversário de 300 anos do Banco da Suécia é o prêmio mais importante para um pesquisador na área de ciências econômicas.