'Nós vamos continuar. Nosso inimigo tem nome e sobrenome: covid-19', diz Mandetta

'Não temos pretensão de ser os donos da verdade, mas pedimos ambiente para trabalhar', reforçou o Ministro da Saúde

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Publicado em 6 de abril de 2020 às 23:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Isac Nóbrega/PR

Em pronunciamento realizado na noite desta segunda-feira (6), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), anunciou que vai continuar no cargo e que o inimigo é o covid-19. O anúncio foi feito sem aviso prévio após reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Nós vamos continuar, porque continuando a gente vai enfrentar nosso inimigo. Nosso inimigo tem nome e sobrenome: é a covid-19. Temos uma sociedade para tentar proteger. Médico não abandona paciente, eu não vou abandonar", afirmou.

O chefe da pasta da Saúde iniciou o discurso agradecendo as pessoas do Ministério que, durante 1 ano e 4 meses, integraram "a melhor equipe técnica" que ele poderia querer. Sobre a reunião com Bolsonaro, Mandetta deu apenas um detalhe. "A única coisa que a gente está pedindo [é] para ter o melhor ambiente para trabalhar no Ministério da Saúde (MS). Entendo que a reunião foi produtiva. Entendo que o governo se reposiciona para ter mais união, mais foco, de todos unidos em direção a esse problema"

"Não temos pretensão de ser os donos da verdade, mas pedimos ambiente para trabalhar", disse.

Mandetta também aproveitou o momento para agradecer os cantores Jorge e Mateus e Xand que durante o fim de semana reproduziram, em suas lives, o vídeo enviado pelo ministro. O médico voltou a declarar que "médico não abandona paciente" e complementou informando que vai continuar trabalhando com "ciência foco e planejamento".

"Aqui nós entramos juntos, estamos juntos e quando eu deixar o Ministério nós vamos colaborar muito para qualquer equipe que venha, mas nós vamos sair juntos do Ministério da Saúde", disse.

A crise

A crise interna entre o membros do Ministério da Ssaúde e a Presidência ficou exposta quando, na última quinta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à Rádio Jovem Pan que ele e o ministro andavam “se bicando” e que Mandetta precisava ser mais “humilde”. Ontem (5),sem citar nomes, enquanto conversava com apoiadores na parte externa do Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que havia gente dentro do governo achando que era “estrela”.

“Algumas pessoas no meu governo algo subiu à cabeça deles, estão se achando. Eram pessoas normais, mas de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos, tem provocações, mas a hora deles não chegou ainda, vai chegar a hora deles. Porque a minha caneta funciona. Não tenho medo de usar a caneta, nem pavor, e ela vai ser usada para o bem do Brasil”, disse o presidente na tarde do domingo.