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Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2020 às 05:00
- Atualizado há um ano
Os soteropolitanos ganharam um grande legado de transformação urbanística para a cidade. As obras de requalificação da Avenida Sete de Setembro e Praça Castro Alves, no Centro Histórico de Salvador, representam muito mais do que alargamento de calçada, revitalização de praça e melhorias urbanísticas. O ousado projeto incluiu novas áreas de acessibilidade, asfalto, ordenamento dos estacionamentos e implantação de parklets. A decisão da gestão do prefeito ACM Neto de intervir no coração do comércio da cidade irá impactar positivamente na rotina de moradores, comerciantes e transeuntes e servirá como um patrimônio para Salvador. Toda a extensão requalificada da via também recebeu importantes obras de infraestrutura, como a reconstrução da rede de drenagem, instalação de rede de água e de esgoto, além de intervenções das concessionárias de telecomunicação e gás.
Passei os primeiros anos da minha vida entre os Barris, onde morei, e o Largo 2 de Julho, onde morava a minha avó paterna. Naquela época, a Avenida Sete era o nosso playground e local de rotina familiar. Depois, já adolescente, a Avenida foi palco para as melhores experiências vividas no Carnaval. Não imaginava que muitos anos depois estaria à frente da sua completa renovação.
À frente da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador, participei ativamente da idealização da obra em conjunto com o prefeito ACM Neto. Em abril, quatro meses antes da inauguração, me desincompatibilizei da secretaria para voltar ao meu mandato de vereador.
Um dos aspectos que destaco da obra é a ênfase e o respeito à história. Um grande trabalho de arqueologia foi realizado na Avenida Sete antes mesmo das máquinas entrarem em ação. Um plano arqueológico foi apresentado pela equipe contratada pela Prefeitura de Salvador e aprovado em conjunto com o Iphan, que esteve presente em todas as etapas.
No final, milhares de artefatos históricos foram retirados do subsolo da nossa Avenida Sete e serão encaminhados para estudo, trazendo mais conhecimento sobre os nossos ancestrais e sobre a história do nosso país. Destaco dois importantes achados: uma urna tupi-guarani pré-colonial com um corpo indígena em seu interior e as bases do Teatro São João, na Praça Castro Alves, local que agora será transformado no palco Moraes Moreira. Outro fato importante da obra foi o cuidado com todos os grupos diretamente impactados, como os lojistas, ambulantes e moradores. Reuniões mensais foram realizadas com a prefeitura. Um Escritório Social localizado Avenida também esteve disponível durante toda a obra para moradores, comerciantes e ambulantes que tivessem dúvidas, reclamações ou sugestões sobre a obra. Salvador ganhou um legado muito maior do que apenas uma intervenção urbanística, mas também de história, de passado e de futuro.
* Claudio Tinoco é ex-secretário de Cultura e Turismo, vereador de Salvador e presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Relações Internacionais na Câmara.